DESSALINIZAÇÃO de Águas
O problema da escassez da água utilizada nas diversas atividades humanas, isto é, no abastecimento público e industrial e no uso agropecuário (irrigação de culturas agrícolas e dessedentação de animais), vem recrudescendo nas últimas décadas. A situação está se tornando cada vez mais crítica não só pelo aumento populacional, que exige uma produção crescente de água para suprir a demanda, mas também pelo alto nível despoluição dos corpos d’água, o que vem diminuindo a qualidade das águas brutas e exigindo cada vez mais técnicas avançadas e/ou produtos químicos para fazer o tratamento visando à obtenção de água adequada a cada uso.
Em várias regiões do planeta onde a disponibilidade hídrica é baixa,a situação já é tão crítica que a única solução viável, apesar de ser ainda considerada de alto custo, é a dessalinização de águas salobras ou salinas. Isso ocorre não somente nos países do Oriente Médio, mas também em algumas cidades da Austrália, Singapura, Argélia, Espanha, Israel, em diversas ilhas do mundo e em algumas regiões costeiras dos Estados Unidos, bem como no Brasil, lugares nos quais a dessalinização já é uma alternativa corriqueira e viável.
No Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA, 2012) apresentou as principais características de cada uma das cinco grandes regiões hidrográficas(RHs) litorâneas. Hoje, nessas regiões, vivem aproximadamente 87 milhões de pessoas (cerca de 45,6% da população total brasileira, que, segundo o censo realizado em 2010, mostrou ser de quase 191 milhões de pessoas).As cinco grandes RHs litorâneas abrangem as Regiões Metropolitanas de 11 capitais de Estado. Algumas delas já estão em condições críticas no que se refere à disponibilidade hídrica (escassez), o que leva a crer que haverá necessidade de dessalinizar a água do mar com a finalidade de complementar os volumes já obtidos por meio dos mananciais de água doce. Sabe-se também que muitas localidades situadas no Nordeste brasileiro, além da escassez hídrica, têm problemas com a qualidade das águas, que apresentam elevada concentração de sais e são, portanto, salobras, impróprias para consumo direto.
Por essas razões, considera-se oportuno discutir o tema da dessalinização,não muito abordado no nosso País. Um fator de extrema importância que não deve ser esquecido é que as plantas de dessalinização não estão sujeitas aos eventos críticos de estiagem como no caso dos mananciais de águas doces superficiais(vale lembrar os sérios problemas de abastecimento em São Paulo em 2014).
Assim, com o intuito de conhecer melhor as questões relacionadas com a dessalinização de águas foi criado, em 2011, no Departamento de Hidráulica e Saneamento da Fatec-SP, o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Dessalinização de Águas Salobras e Salinas. Foram elaboradas revisões de literatura, aqui apresentadas,e a montagem de um protótipo para o estudo da relação vácuo versus temperatura, com resultados publicados em congressos, nos boletins técnicos da Fatec-SP e, mais detalhadamente, na seção 8.10 deste livro. Apesar de os autores não se considerarem especialistas no assunto, pelo fato de não existir literatura em português sobre esse tema e por terem acumulado algumas informações consideradas relevantes resolveram torná-las públicas, apresentando-as de forma mais abrangente, por meio deste livro.
Sobre o Livro
Dessalinização de águas é uma obra de referência: o primeiro livro brasileiro totalmente dedicado a este assunto. Ele oferece alternativas para o enfrentamento de situações de crise hídrica e evitar o desabastecimento.
Os autores detalham os diferentes processos de dessalinização: as várias formas de destilação (DME, MEF, DCV), os processos de eletrodiálise e de eletrodiálise reversa, a osmose reversa e nanofiltração. O pré-tratamento da água bruta e o pós-tratamento da água produzida também recebem atenção criteriosa.
Valor R$ 86,00
Título: Dessalinização de águas
Autores: Ana Paula Pereira da Silveira, Ariovaldo Nuvolari, Francisco Tadeu Degasperi, Wladimir Firsoff
Editora: Oficina de Textos
No. de páginas: 288