Rio inaugura ciclovia ao longo do costão rochoso da Avenida Niemeyer
Desde ontem (17), mais um trecho da orla oceânica do Rio de Janeiro já pode ser percorrido com segurança pelos ciclistas. O prefeito Eduardo Paes entregou à população a ciclovia da Avenida Niemeyer, ligando os bairros do Leblon e São Conrado, na zona sul, numa extensão de 3,9 km, com vista total para o mar, que já começou a ser percorrida por cariocas e turistas.
De carona em um triciclo elétrico, já que se recupera de um acidente no pé, Paes percorreu a pista construída sobre o costão rochoso da Niemeyer e batizada de Ciclovia Tim Maia, numa homenagem ao cantor e compositor, falecido em 1998, que enalteceu a orla carioca em sua música Do Leme ao Pontal. As obras foram iniciadas em junho de 2014 e duraram um ano e seis meses.
Placa de inauguração Ciclovia Tim Maia / Tomaz Silva/Agência Brasil
De acordo com a prefeitura, ainda neste semestre, com a inauguração do trecho que liga São Conrado à Barra da Tijuca, pelo Elevado do Joá, será possível seguir do Centro à Grumari, na zona oeste, ao longo de ciclovias sem interrupções. Da região central da cidade ao Leblon, já existem há anos as ciclovias, o mesmo ocorrendo da Barra ao Recreio dos Bandeirantes.
Proprietário de uma farmácia homeopática em São Conrado e morador em Botafogo, o farmacêutico Gian Paulo Bonaccorsi ficou feliz com a nova ciclovia. “Acabei de estrear. Fui a pé e voltei de bicicleta'', contou.
Segundo ele, a ciclovia “representa um momento histórico para a inserção do bairro na cidade, que vai se concretizar com o metrô. São Conrado tem o estigma de um bairro de passagem”, disse o farmacêutico. “Tenho clientes no Vidigal e agora eles poderão ir de bicicleta à minha farmácia”, espera Bonaccorsi.
Cidade que detém a maior malha cicloviária urbana da América Latina, o Rio de Janeiro passa contabilizar 438,9 km com a inauguração da Ciclovia Tim Maia. A meta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, à qual está vinculado o programa da prefeitura Rio capital da bicicleta, é alcançar 450 km até o fim de 2016, 300 km a mais do que havia em 2009.
Segundo a secretaria, a cidade conta hoje com 2.500 bicicletários, o que corresponde a 5 mil vagas, disponíveis nas estações do BRT, do metrô, dos trens e barcas, nas rodoviárias e em vias públicas. Os bicicletários permitem que o usuário e siga o seu trajeto em um transporte coletivo, evitando assim o uso do carro.
A cada dia, são registradas mais de 2 milhões de viagens bicicleta na cidade, número que inclui o uso do veículo por parte do comércio, na realização de entregas domiciliares e prestações de serviço. Veículo não poluente, a bicicleta já representa 5% do total dos meios de transporte no Rio de Janeiro.
Apesar de extensa, a malha cicloviária ainda não satisfaz plenamente a população carioca. É o que aponta a última edição da Pesquisa de Percepção, realizada a cada dois anos pela ONG Rio Como Vamos.
De acordo com a pesquisa, 45% dos cariocas ouvidos destacaram a construção de mais ciclovias como fundamental para se usar mais a bicicleta. A maior preocupação apontada na pesquisa, no entanto, foi com relação à segurança dos ciclistas.
É o que querem mais da metade (51%) dos moradores ouvidos no estudo. De fato, dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da Secretaria Estadual de Segurança, referentes ao período de setembro a novembro de 2015, mostram que foram registrados 260 roubos e furtos de bicicletas na cidade.