Celesc inaugura usina de energia renovável em Florianópolis
INFRAROI
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02 de março de 2016
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Projeto desenvolvido pela Fundação Certi envolve geração distribuída e 23,5 kW de potência instalada, entre geração eólica, solar e armazenamento de bateria, além da presença de gerador.
Oficialmente inaugurada no último dia 17 de fevereiro, a Usina Distrital e sua microrrede funcionam há quase um ano no Sapiens Parque, localizado na capital catarinense. A construção da instalação de geração é uma iniciativa da Celesc e faz parte do programa de P&D da Aneel. Segundo a Fundação Certi, responsável pelo desenvolvimento do empreendimento, a usina opera com 8 kW de geração renovável, combinando energia eólica e solar fotovoltaica. Isso em modo conectado. Um banco de baterias com capacidade de armazenamento de 10 kW está associado à geração combinada inicial, complementado as fontes, além do gerador movido a óleo diesel e com 5,5 kW de capacidade. Esse útimo somente é acionado emergencialmente e quando as baterias estão vazias.
Os quatro tipos de equipamentos estão operacionais e são comuns no mercado, segundo a Certi. O diferencial da usina é a sua capacidade de operar com todos eles de maneira integrada, em modo conectado com a rede de distribuição, ou de forma isolada. Em função disso, o conjunto transita forma suave entre os modos. Para quem usa a energia – dentro do parque – ou para a Celesc, não há percepção de como as cargas estão sendo geradas.
A transição suave ocorre graças a um sistema de controle desenvolvido pela equipe da Fundação e que permite que todo o processo fique integrado a um sistema de automação, controle e comunicação. É essa estrutura que controla a operação da usina e sua microrrede. Como trabalha com geração distribuída, a instalação fica interconectada à rede de distribuição da Celesc, permitindo que a usina possa usar o fornecimento da concessionária, em caso de alguma falha geral. O caminho inverso não só é possível como já acontece: o excedente de produção pode ser encaminhado para a distribuidora, gerando créditos.
Geração excedente é exportada para a rede da Celesc e gera créditos
De acordo com a Fundação Certi, a potência renovável instalada foi dimensionada abastecer o módulo de escritórios presente no InovaLab, incluindo ar condicionado, iluminação e itens de informática. A quantidade de energia exportada para o sistema vai depender da disponibilidade de recursos renováveis e do uso dos eletrodomésticos do escritório, não sendo possível dar uma previsão exata. Nos finais de semana, praticamente toda energia gerada é exportada.
Quando opera no modo isolado, a usina conta com o apoio do sistema inteligente que faz a gestão de cargas e fontes. Nesse caso, o sistema verifica o saldo de demanda e geração e aciona as baterias para alimentação interna se a geração não for suficiente. Conforme as baterias são descarregadas, o sistema de controle desliga as cargas de forma seletiva, preservando a energia armazenada para uso de cargas críticas. Caso não haja geração renovável suficiente e as baterias estejam descarregadas, o controlador aciona o gerador a diesel.
Apesar de inovador, o projeto da Usina Distrital está focado na solução tecnológica. Com isso, os custos empregados na construção da usina não refletem necessariamente o valor para instalação do sistema em escala comercial. Ainda de acordo com a Certi, a comparação com valores de comercialização normais, praticados em leilões, não faz sentido, pois se trata de um empreendimento pequeno e que opera no modelo regulado. Operacionalmente, os custos são mínimos e estão voltados principalmente para o reabastecimento do gerador, caso ele seja acionado.
“Aqui está o futuro da Ilha. É preciso que os empresários percebam a relevância do trabalho realizado no Sapiens e invistam aqui”, disse o diretor Presidente do Sapiens Parque, Saulo Vieira. Já o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, salientou a importância do tema energia elétrica, de eventos do setor, e da própria “ parceirização ” entre instituições, como foi o caso da Usina Distrital.