Experiência do Rio de Janeiro deve inspirar prefeituras em todo o país
Após os Jogos Rio 2016, há uma preocupação com relação aos investimentos em infraestrutura no Rio de Janeiro. O temor de que haja uma espécie de ressaca com relação aos investimentos foi a provocação do segundo painel da conferência O caminho para novos investimentos em infraestrutura urbana e no Brasil, realizada em 30 de maio, pela Casa Rio, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Luiz Claudio Campos, sócio da EY, moderou o painel Principais oportunidades em infraestrutura urbana após os Jogos, questionando os participantes sobre os caminhos para que o Rio de Janeiro continue a atrair as atenções dos investidores no âmbito da infraestrutura, após a realização dos Jogos Rio 2016. O painel contou com a presença de Michel Boccaccio, presidente da Alstom Brazil; Sandro Stroiek, presidente da Foz Aguas 5; Rodrigo Martins, presidente e CEO da Currente, powered by GE, para a América Latina, e o consultor Helcio Tokeshi. Para os debatedores, o caminho é a recuperação da credibilidade do Brasil. Apesar de o país ainda ser percebido como um manancial em termos de projeto de infraestrutura, a necessidade de estabelecer um ambiente com segurança jurídica e garantias em projetos de longo prazo foi consenso entre o grupo que participou desse painel. Em função da situação política, faz um ano e meio que todos os projetos de mobilidade urbana estão parados no Brasil. O CEO da Alstom, Henri PoupartLafarge, esteve no Brasil na semana passada e está disposto a investir mais aqui, desde que haja mais solidez jurídica e instrumentos de financiamento. Tudo isso precisa ser trabalhado para restaurar a credibilidade. Mas temos ciência de que isso não acontecerá da noite para o dia, disse Boccaccio. Do ponto de vista do investidor, Tokeshi ressaltou a importância de criar uma padronização em contratos, seguindo um modelo de financiamento, a fim de que não hajas surpresas com as mudanças políticas. O Rio de Janeiro ganhou experiência e tem condições de ajudar outras prefeituras a desenvolver projetos de infraestrutura. O volume de projetos é importante para o investidor de grande porte. É preciso também que haja uma participação maior da sociedade civil, sinalizando demandas e soluções aos governantes. Rodrigo Martins foi enfático em afirmar que a segurança jurídica é fundamental para investidores de projetos de iluminação pública, que se desenvolvem entre uma e três décadas. Os projetos não precisam ser iguais, mas devem ser bem feitos, apresentar clareza, garantias e segurança. Um projeto de iluminação de infraestrutura poderá existir legalmente por até 30 anos. Então, é fundamental que haja segurança jurídica, que pode ser via contrato ou via conta garantida, para que o investidor tenha certeza de que o investimento feito no começo vai ser remunerado no tempo contratual.