Este edifício economiza energia através da fachada com camadas de vidro e persianas perfuradas
ArchDaily
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25 de abril de 2017
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O escritório italiano Giovanni Vaccarini Architetti projetou, no centro histórico de Genebra, os novos escritórios da nova sede da Sociedad Privada de Gérance (SPG). O trabalho envolveu a conversão e extensão do edifício existente, começando com uma fachada de vidro que atende à necessidade de garantir a proteção solar para os interiores e, ao mesmo tempo, permitir máxima permeabilidade visual.
Esta fachada também permite melhorar o desempenho acústico e térmico do edifício: a dupla camada permite que o envelope seja ventilado naturalmente e o sistema de ventilação perimetral, combinado com o sistema de ventilação forçada interna, reduz o consumo de energia total. Os elementos estruturais de aço da fachada, produzidos por Stahlbau Pichler produzem um ritmo modular sobre os painéis de vidro, dando um peso material aos reflexos de luz.
O sistema da fachada é definido por regras simples que, através da sua repetição, produzem um desenho complexo de elementos que varia com o tempo e com as condições de luz. O arquiteto foi inspirado pelos princípios de Kandinsky, identificando a variável tempo e sua capacidade de realizar uma varredura das superfícies capaz de definir o ritmo composicional que muda a percepção do volume arquitetônico.
Tecer é o primeiro passo na composição... o tecido é um ritmo de signos, uma abstração de significados, figuras e sugestões - Giovanni Vaccarini.
A janela aumentada
A fachada é composta por uma camada tripla de vidro (câmara quente) a qual se agrega uma quarta camada com uma câmara ventilada contendo as persianas micro-perfuradas para regular a luz. As telas feitas de vidro serigrafado são ancoradas no exterior, dando à superfície externa da fachada um padrão modular variável, tanto em termos das dimensões do painel como do desenho na sua superfície.
O elemento gráfico impresso nos painéis ajuda a enfatizar o efeito de reverberação produzido, suavizando a superfície perimetral do edifício em uma espécie de nebulosa evanescente e brilhante, como Giovanni Vaccarini a define. À noite os painéis de vidro são iluminados por luzes LED brancas que trazem o bloco arquitetônico à vida e tornam-o brilhante, em diálogo com a paisagem urbana noturna em que se encontra.
Visto de dentro, a envolvente de vidro produz um efeito que Giovanni Vaccarini descreve como a janela aumentada, através da qual a visão do ambiente em torno do edifício é amplificada, refletida e transformada pelas lâminas de luz. Do lado de fora, a superfície grossa dos painéis de vidro serigrafados e o aço tornam-se um volume e definem o próprio corpo da arquitetura, cujos contornos se desmaterializam em uma entidade material pulsante sensível às mudanças de cor na área circundante. O efeito disso é que nossa percepção do edifício é continuamente transformada. As visões sobrepostas que temos dela, tanto de dentro como de fora, produzem um efeito cinético.
Para este projeto, Stahlbau Pichler concebeu um sistema de engenharia específico que permite ancorar individualmente as aletas de vidro que caracterizam o invólucro do edifício. Este sistema foi fundamental para reduzir ao mínimo todas as cargas visuais e, portanto, permitir a maior precisão e integridade possível à fachada, conforme exigido pelo projeto arquitetônico. Necessidades estáticas e estéticas se uniram. Era também muito importante reduzir todo o peso a um mínimo de modo a controlar as 100 toneladas de vidro que foram adicionadas em um edifício pré-existente que tivesse suas próprias limitações estruturais.
O curta-metragem Deep in the Surface, dirigido por Claudio Esposito e produzido pela The Piranesi Experience, em colaboração com The Architecture Player, investiga a dimensão abstrata e conceitual que o arquiteto Giovanni Vaccarini conferiu ao sistema de fachadas que caracteriza a construção do SPG em Genebra. Um jogo feito de regras simples, cuja reiteração produz um jogo complexo de elementos a ponto de sua percepção variar com o tempo e as luzes. A fotografia de Fabio Paolucci e a trilha sonora original de Populous sublinham a exploração destas qualidades e permitem ao espectador perceber a profundidade da superfície e o seu movimento aparente.