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Canal do Panamá: Uma Maravilha da Engenharia

Engenharia É - 05 de setembro de 2017 2302 Visualizações
Canal do Panamá: Uma Maravilha da Engenharia
O Panamá tem se tornado, cada vez mais, um destino turístico e a Cidade do Panamá, sua capital, é uma deliciosa surpresa para quem gosta de fazer compras e de uma boa mistura entre lugares modernos e históricos, com destaque para o bairro de Casco Viejo considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Além de ser uma ótima escolha para os que gostam de fazer compras e de  possuir uma interessante mistura arquitetônica, a Cidade do Panamá, também conhecida como a “Dubai” da América Latina, está recheada de cafés, restaurantes para todos os gostos e ótimos hotéis. Todo esse luxo faz com que o local também seja um polo do turismo esportivo. Lá estão localizadas os melhores campos de golfe da América Central e, recentemente, o local sediou um torneio de poker que recebeu vários brasileiros profissionais na modalidade.
Todavia, apesar da Cidade do Panamá reunir uma diversidade de locais que valem a pena a visita, o mais famoso deles, sem dúvidas, é a maravilha da engenharia conhecida como o Canal do Panamá.
Em termos simples, o Canal do Panamá é um canal artificial de 77,1 km. Ele foi construído para ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, possibilitando, assim, a travessia de navios e permitindo que as embarcações poupem bastante tempo, pois, outrora, se alguém desejasse viajar da costa leste à costa oeste do continente, seria preciso percorrer mais 20 mil quilômetros. Era uma jornada dispendiosa, demorada e arriscada através do Estreito de Magalhães, localizado no extremo da América do Sul. Com o Canal do Panamá, o tempo de cruzamento leva de oito a dez horas.
Em 1881, após receberem uma permissão do governo colombiano para abrir e operar um canal navegável no istmo do Panamá, os franceses iniciaram a construção do Canal. A frente dessa empreitada estava o empresário e diplomata Ferdinand de Lesseps, que já havia construído o Canal de Suez. Contudo, essa experiência no Egito acabou não sendo de grande ajuda e os franceses enfrentaram grandes dificuldades de engenharia, atém de problemas com questões relacionadas ao clima tropical e má administração da companhia, levando-os, então, a abandonar o projeto.
Após o fracasso dos franceses, os americanos assumiram a obra no ano de 1904 e concluíram-na 10 anos depois, em 15 de agosto de 1914. Com o final da construção, o território onde o canal está localizado permaneceu sob o controle dos Estados Unidos até 1977, quando foi assinado o Tratado Torrijos-Carter e parte da direção foi transferida ao Panamá. Foi apenas em 1999 que o governo panamenho adquiriu por completo a propriedade do canal.
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O Canal do Panamá é formado por três grupos de eclusas: Miraflores, Pedro Miguel e Gatún. As eclusas possibilitam os navios a transporem uma diferença de 26 metros de altura e o canal funciona em ambas as direções.
Navegando sentido Oceano Pacífico – Oceano Atlântico, um navio deve subir as duas eclusas de Miraflores, cada uma com 8 metros, para em seguida subir mais 10 metros nas eclusas de Pedro Miguel. Em seguida, a embarcação percorre o Lago Gatún, que está a 26 metros acima do mar, e chega às eclusas de Gatún, onde descerá novamente ao nível do mar.
O cruzamento das eclusas é feito com a assistência de mulas, locomotivas elétricas que se movimentam por trilhos paralelos a elas e se prendem aos navios através de cabos, cuja responsabilidade é manter a estabilidade do navio e impedir colisões com as paredes laterais das câmaras.
Atualmente, mais de 15 mil embarcações utilizam o canal a cada ano e, após a inauguração de sua expansão em 2016, ele agora permite a passagem de navios com capacidade para até 14 mil contêineres, estimando-se que, daqui a 10 anos, estejam atravessando suas águas cerca de 600 milhões de toneladas de mercadorias por ano, o dobro da quantidade hodierna.