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Soluções de arquitetura para combater inundações

https://www.archdaily.com.br/ - 14 de fevereiro de 2020 1295 Visualizações
Soluções de arquitetura para combater inundações
Quarenta por cento da população mundial vive próxima à áreas litorâneas, em uma faixa de no máximo cem quilômetros de distância à partir da costa, sendo que dez por centro delas ocupam áreas apenas dez metros acima do nível do mar. Este é um dado importantíssimo a se considerar quando pensamos em como as mudanças climáticas podem afetar a vida nas cidades. Hoje em dia, estima-se que até 2050 o aumento dos níveis das marés e as recorrentes inundações possam custar anualmente mais de um trilhão de dólares às cidades litorâneas do mundo todo. Não podemos negar que a humanidade está chegando a um impasse, um momento onde nunca estivemos tão vulneráveis às consequências das mudanças climáticas.
Pensando nisso, arquitetos e urbanistas têm o dever de procurar respostas e desenvolver projetos e sistemas resilientes que possam minimizar e até reverter os efeitos colaterais ocasionados por tais mudanças. Ao redor do mundo, centenas de cidades têm investido alto no desenvolvendo de planos de ação que visam conter o avanço do nível das marés assim como proteger seus habitantes em caso de eventos climáticos extraordinários - cada dia mais frequentes. A seguir, compilamos uma lista de nove projetos, os quais revelam diversas abordagens em diferentes escalas, estratégias inteligentes que percebem necessidade urgente uma oportunidade para desenvolver ferramentas de transformação social e regeneração do espaço urbano.

Boston
Considerando as mudanças climáticas atualmente em curso, a cidade de Boston apresentou recentemente um enorme projeto de renovação urbana desenvolvido em parceria com os arquitetos da SCAPE. O projeto apresenta estratégias que procuram “ampliar o acesso à orla da cidade, abrindo espaço ao longo da faixa litorânea, protegendo a cidade de futuros eventos de inundação”.
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Brooklyn
No bairro de Brooklyn, em Nova Iorque, o BIG e a Field Operations desenvolveram em conjunto um projeto que combina empreendimentos de uso misto e um parque resistente a inundações. O plano diretor visa restabelecer os habitats naturais, elevar o padrão de resiliência urbana à beira-mar e transformar a maneira como os nova-iorquinos interagem com o East River.
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Copenhague
Enquanto a maioria dos projetos de resiliência urbana são desenvolvidos para prevenir as inundações adotando medidas na macro escala, a cidade de Copenhague está desenvolvendo uma abordagem mais pragmática. O Climate Tile, criado pela THIRD NATURE, a IBF e a ACO Nordic, é um projeto-piloto desenvolvido para aumentar a absorção de água da chuva na cidade em até 30%, respondendo ao aumento de índices pluviométricos previsto para os próximos anos.
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Faaborg
A cidade costeira de Faaborg, na Dinamarca, é um dos municípios mais ameaçados pelas futuras inundações provocadas pelo aumento dos níveis da marés. Pensando nisso, Kjellander Sjöberg desenvolveu um projeto que procura resgatar várias das antigas áreas industriais, estabelecendo um novo canal aberto onde a água pode fluir livremente aumentando a capacidade de drenagem do centro medieval da cidade.
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Hamburgo
HafenCity é um empreendimento de reurbanização de uma área de mais de 150 hectares na antiga área portuária de Hamburgo e um dos maiores projetos deste tipo em toda a Europa. Desde a fase de projeto, realizada no início dos anos 90, a comunidade local exigiu que toda a área estivesse protegida contra possíveis inundações que pudessem afetar a cidade no futuro. Pensando nisso, o projeto foi concebido com uma diferença de altura de até dez metros em relação as possíveis áreas alagáveis e oito metros acima do nível do mar.
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Hoboken
Depois da desastrosa passagem do furacão Sandy pela costa americana em 2012, a cidade de Hoboken, em Nova Jersey, em parceria com o OMA, desenvolveu um projeto de reurbanização resiliente capaz de “resistir, retardar, armazenar e descarregar” a água das possíveis inundações futuras decorrentes de episódios catastróficos como a passagem de um novo furacão como o Sandy. A proposta conta tanto novas infraestruturas pesadas para resistir a furacões assim como um desenho urbano leve e um paisagismo gracioso, integrando estratégias políticas para o desenvolvimento urbano futuro além de um novo circuito verde para ampliar as áreas permeáveis no centro da cidade..
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Nova Iorque
Em 2019, a cidade de Nova Iorque anunciou um investimento de mais de US$ 10 bilhões para o desenvolvimento de projetos destinados a encontrar soluções para as previsíveis inundações da parte baixa de Manhattan. Quinhentos milhões de dólares serão dedicados a ampliação de áreas verdes permeáveis, além de um sistema de barreiras removíveis que poderão ser utilizadas em situações de emergência. As margens do rio serão deslocadas 150 metros para dentro do East River, criando uma nova área de domínio público, elevando o nível da rua para proteger a cidade das prováveis inundações.
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Seul
Em vez de construir estruturas para evitar as inundações, a cidade de Seul desenvolveu um projeto que pretende facilitar e até promover a absorção do excesso de água em seu tecido urbano. O rio Cheonggyecheon que atravessa a cidade, outrora taponado e coberto por rodovias e estradas, foi completamente redescoberto em 2003, transformando-se em um novo centro social e de convívio da comunidade local. Implantado abaixo do nível da rua, o projeto de reurbanização da orla do rio Cheonggyecheon foi desenvolvido para ampliar a capacidade de vazão durante as recorrentes enchentes durante as estações chuvosas da capital sul-coreana, mas por outro lado, na maior parte do ano ele serve como um espaço de uso público para o deleite de seus moradores.
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Veneza
A icônica cidade italiana sofre com as inundações há séculos, e a medida que as mudanças climáticas se acentuam, as preocupações com a salvaguarda do inestimável patrimônio de uma das mais belas cidades do mundo também aumentam. Como resposta, o sistema de comportas chamado de MOSE começou a ser construído no ano de 2003. Contando com um sistema de 78 comportas submersas e ancoradas por quatro grandes elementos retráteis nas entradas do Lido, Malamocco e Chioggia, o projeto foi criado para proteger toda a lagoa de Veneza de possíveis inundações em apenas quinze minutos.
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