Por que o preço do petróleo não importa para as energias renováveis
Exame
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13 de março de 2020
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As fontes de energia renovável costumavam seguir uma lógica simples. Quando o preço do petróleo subia, o interesse por alternativas ao combustível fóssil crescia. Do contrário, os investimentos minguavam. O avanço das energias limpas, portanto, seguia o sobe e desce da cotação da commodity “suja”.
O cenário mudou. A queda abrupta do preço do petróleo, nesta semana, provocou pânico nos mercados financeiros. Na segunda-feira, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, registrou queda de 12,7%, a maior desde 1998. Entre os produtores de energia renovável, no entanto, a situação era de absoluta tranquilidade.
“Não muda nada”, afirma Daniel Rossi, fundadora da Zeg, startup brasileira que atua na produção de biometano, combustível produzido a partir de resíduos orgânicos, como a vinhaça de cana-de-açúcar, e pode substituir o gás natural e o diesel, provenientes do petróleo. “Na verdade, vamos intensificar os investimentos”. A Zeg planeja investir 720 milhões de reais, nos próximos cinco anos.
No setor de energia eólica, o clima era o mesmo. “Numa perspectiva de curto e médio prazos, a atual crise do petróleo não deve trazer impactos diretos para o setor de energias renováveis no Brasil”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
As fontes eólica, solar e biomassa já representam 19% da matriz elétrica nacional (foto/Getty Images)