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INOVAÇÃO

Indústria do cimento perto da alforria do coque de petróleo

Cimento Itambé - 05 de junho de 2020 1149 Visualizações
Indústria do cimento perto da alforria do coque de petróleo

Caroço de açaí tem sido utilizado na região norte como combustível alternativo no coprocessamento da indústria de cimento.
Crédito: ASCOM SEDEME

Ao participar de webinar promovido pela Concrete Show, o presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), Paulo Camillo Penna, anunciou que o setor está cada vez mais próximo de se libertar da dependência do coque do petróleo como principal combustível para os fornos das cimenteiras. Segundo Penna, a pandemia de Coronavírus tende a acelerar a “alforria”, através de investimento maior no coprocessamento de combustíveis alternativos e resíduos industriais. 

“O coque é dolarizado e isso encarece o processo industrial. Com maior investimento no coprocessamento, reduzimos o custo e criamos alternativas para enfrentar a crise, como sempre fizemos. Somos um setor irrequieto e inovador e estamos próximos de substituir mais de 50% do coque por resíduos. Esse percentual tende a aumentar, conforme parcerias com as prefeituras permitam que utilizemos também resíduos sólidos urbanos”, destaca o dirigente, frisando que a indústria de cimento no Brasil é a mais sustentável do mundo.

Paulo Camillo Penna cita que a indústria de cimento brasileira alcançou esse estágio de sustentabilidade alicerçada em 4 pilares: adições, combustíveis alternativos, eficiência energética e tecnologia de captura e estocagem de carbono, o que explica os baixos percentuais de emissão de CO2 do setor. “No mundo, a indústria de cimento é uma das que mais emite CO2, responsável por cerca de 7% do total de emissões. Mas no Brasil, o setor emite menos da metade disso, ou seja, um percentual inferior a 3,5%”, explica.  

Para sustentar o compromisso com o coprocessamento de resíduos, a indústria de cimento não para de se reinventar. Ela mapeia cada vez mais os combustíveis alternativos nas várias regiões do país. “Hoje, usamos casca de babaçu e caroço de açaí nas indústrias localizadas na região norte; no sul, palha de arroz; no centro-oeste, cavaco de madeira, e em Minas Gerais, moinha de carvão. Ao agregar esses resíduos na produção de cimento, o que estamos fazendo é gestão de risco”, afirma Camillo Penna. 

Ele compara o movimento constante da indústria de cimento, na busca de soluções que mitiguem os impactos por ela causados, ao que a pós-pandemia de Coronavírus vai impor ao planeta. “A pandemia vai exigir uma nova indústria, um novo país e um novo mundo. Ao se adaptar constantemente às mudanças que a economia e a sociedade impõem, a indústria cimenteira está habilitada aos desafios desse momento”, completa o presidente da ABCP e do SNIC.

Pavimento de concreto e coprocessamento ajudam a reduzir impacto do Custo Brasil  

Com a visão estratégica peculiar do setor, a indústria de cimento se aliou ao estudo coordenado pelo Movimento Brasil Competitivo e pelo Boston Consulting Group, o qual busca avaliar a performance do país em 12 itens que são inerentes à atividade industrial. Entre eles, tributo, mão de obra, infraestrutura, crédito etc. Os números levantados foram comparados à média das nações que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O resultado é que o chamado Custo Brasil drena anualmente 1,5 trilhão de reais – equivalente a 22% do PIB nacional -, o que demonstra o quanto o país perde em competitividade na comparação com o grupo da OCDE – organismo do qual o Brasil pleiteia ser país-membro.

Para melhorar a performance nacional, a indústria de cimento apresentou dois projetos relacionados com a infraestrutura: investimento em pavimento rígido e em coprocessamento. “O custo de uma rodovia em concreto é mais vantajoso que o asfalto em qualquer circunstância. Isso vale também para o pavimento urbano. Quando ao coprocessamento, ele também ataca diretamente o Custo Brasil, já que mitiga impactos ambientais e enfrenta o consumo do coque do petróleo, reduzindo nosso custo de produção”, finaliza Paulo Camillo Penna. 

Assista ao vídeo completo do webinar “Como o setor cimenteiro está se preparando para a retomada pós-crise”

 

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Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Como o setor cimenteiro está se preparando para a retomada pós-crise”, promovido pela Concrete Show, e que entrevistou Paulo Camillo Penna, presidente da ABCP e do SNIC

Contato
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330