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Queda de viaduto foi causada por um erro grotesco de engenharia, diz especialista

Fonte: Rádio Itatiaia - 16 de julho de 2014 1876 Visualizações
 Queda de viaduto foi causada por um erro grotesco de engenharia, diz especialista
O vice-presidente do Instituto de Mineiro de Engenharia Civil (Imec) e inspetor do CREA/MG, Ivan Carlos da Costa, classifica a tragédia da queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, na última quinta-feira, como um erro grotesco de engenharia. Em entrevista à Itatiaia no dia 7 de fevereiro deste ano, o especialista alertou sobre o andamento das obras do complexo de viadutos da Avenida Pedro I. Na ocasião, o elevado da Avenida Montese apresentou problemas e o engenheiro destacou que a pressa é inimiga da perfeição.
Cinco meses depois, Ivan volta a abordar o assunto, desta vez para falar da tragédia consumada que matou duas pessoas e deixou 23 feridas. O especialista trabalha com duas possíveis causas para a tragédia: erro na sondagem do solo ou erro de projeto. “Uma primeira análise que a gente tem da situação é que foi uma falha muito grosseira, incompreensível de o ser humano aceitar”, disse.
Ivan destacou o fato de o elevado, ainda em construção, não ter suportado o próprio peso. “O que podemos ter de avaliação, não vou dizer uma coisa exata, é que o terreno de sustentação dessas colunas não aguentou o peso próprio da estrutura. Pode ter sido uma falha na sondagem, que seria o terreno no qual foi dimensionada aquela fundação não suportar o peso, porque foi dimensionado com um terreno que não é o real. Isso seria falha na sondagem. A segunda hipótese é uma falha de projeto: a fundação não foi projetada de uma forma correta e afundou com o próprio peso”, analisou Ivan.

Demolição 
O trabalho de demolição do viaduto, iniciado nessa segunda-feira, recomeça na manhã desta terça, dia que Brasil e Alemanha se enfrentam no Mineirão, estádio que fica próximo ao local da tragédia.
No fim da tarde dessa terça, mais da metade das 2.500 toneladas do viaduto foram destruídas. O coronel Alexandre Lucas, da Defesa Civil Municipal, ressalta que não há pressa para liberar o trânsito na avenida.
O trabalho de demolição é feito por três rompedores hidráulicos (uma espécie de britadeira gigante, usada para quebrar o concreto). Um maçarico é usado para derreter as ferragens. Uma área de 10 metros no entorno do pilar que afundou 6 metros está isolada pela perícia.
O prazo previsto para realização do trabalho de demolição era de 48 horas após o início dos trabalhos. No entanto, como o processo é interrompido a cada 30 minutos para verificação dos prédios vizinhos e do outro viaduto, este prazo pode ser estendido.