Expansão global de biocombustíveis deve desacelerar até 2023, diz OCDE/FAO
Reuters
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16 de julho de 2014
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A produção global de biocombustíveis deve expandir até 2023, impulsionada principalmente pelo aumento da demanda, preços mais elevados do petróleo e políticas governamentais, mas o crescimento deve ser menor do que na última década, disseram a FAO e OCDE nesta sexta-feira.
A Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disseram em relatório conjunto que esperam que a produção de etanol e biodiesel atinja 158 bilhões de litros e 40 bilhões de litros, respectivamente até 2023.
A produção de biocombustível vai crescer substancialmente, com a produção de etanol e biodiesel subindo mais de 50 por cento na próxima década, disseram.
Isso representa uma significativa desaceleração em relação à última década, quando a produção mais que dobrou no período de dez anos entre 2004 e 2013.
O debate tem aumentado sobre os benefícios dos biocombustíveis nos últimos anos, com opositores argumentando que eles contribuem para a inflação dos alimentos ao usar insumos que poderiam ser usados para alimentação.
A OCDE e a FAO disseram que esta tendência continuará com a expectativa de que nos próximos anos os insumos usados na produção de biocombustíveis venham 12 por cento de grãos forrageiros, 28 por cento da cana e 14 por cento de óleos vegetais.
O uso crescente do etanol no Brasil está ligado à mistura de 25 por cento do biocombustível à gasolina, expansão da indústria de carros flex e a demanda importadora dos Estados Unidos para preencher o mandato de biocombustíveis avançados, disseram as agências.
O uso de etanol nos Estados Unidos pode ser limitado pela proposta chamada blend wall para reduzir as cotas de mistura de etanol de milho e deve crescer apenas marginalmente nos anos finais do período de projeção, deixando a necessidade de uso adicional de biodiesel para atender o mandato total e para avançados.
A OCDE e a FAO estimam que até 2023 apenas 12 por cento do mandato de etanol celulósico dos EUA, que requer aumento da mistura para combustíveis feita com gramíneas, biomassa e resíduos agrícolas, possa ser implementado.