A quarta-feira (1º) ficou marcada pelo início de uma sequência de seis dias de encontros virtuais e presenciais para detalhar informações sobre o projeto da Nova Ferroeste a investidores. As agendas são com 22 empresas brasileiras e internacionais especializadas na construção e operação de ferrovias, bancos e fundos de investimento.
Além da equipe técnica da Nova Ferroeste, liderada pelo coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, participam dos encontros dois representantes do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), do Ministério da Economia.
“Esse alinhamento com o governo federal e os órgãos licenciadores auxilia na celeridade das etapas e nessa fase a contribuição deles enriquece o projeto pela experiência com outros empreendimentos deste porte”, pontua Fagundes. “Várias empresas com quem nós já conversamos em outras oportunidades se inscreveram. Eles acompanham cada passo do projeto, isso é muito positivo”, destacou.
A Nova Ferroeste vai conectar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, com o Paranaguá, no Litoral do Paraná. Um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel possibilita a interação do modal ferroviário com países vizinhos como o Paraguai e a Argentina, num total de 1.304 quilômetros em toda extensão. A previsão de investimento é de R$ 29 bilhões, com um empreendimento de 70 anos que têm como característica transporte de contêineres no formatodouble stack(com otimização do espaço).
A sondagem funciona como uma espécie de termômetro para avaliar o entusiasmo do mercado financeiro e fazer adequações oriundas dessas conversas preliminares. Há dez dias foram abertas as inscrições para a participação das empresas na rodada de apresentações. Entre estrangeiros há companhias do Reino Unido, China, Japão e Emirados Árabes.
A assistente técnica do PPI Mariane Figueiredo, avalia essa etapa como fundamental, por representar o fechamento do projeto. “É a primeira vez que a Nova Ferroeste, com as características bem avançadas, é avaliada por possíveis investidores. É o momento de receber críticas e fazer melhorias”, disse.
O próximo encontro com o mercado será no Road Show, que deve acontecer no primeiro trimestre de 2022. “Para nós no governo federal esse é um projeto prioritário, assim como outros da carteira do PPI. Participamos ativamente na sondagem de mercado e no Road Show, fazemos convites para interessados de todos os tipos para atrair empresas com potencial de investimento”, comentou Mariane.
AVANÇOS– A Nova Ferroeste está em estágio avançado.Em outubro foi finalizado o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) que apontou o melhor traçado entre os pontos, o investimento necessário, o cronograma de execução e a demanda de carga. A Nova Ferroeste vai passar por oito municípios no Mato Grosso do Sul e 41 no Paraná. A nova estrada de ferro vai permitir a conexão com a malha ferroviária do sul e centro-oeste do País. As principais cargas transportadas serão soja e milho, cultivados no MS e no PR, e proteína animal do oeste paranaense.
Nas últimas semanas foi protocolado junto ao Ibama oEstudo de Impacto Ambiental (EIA), seguido do pedido de Licença Prévia. Todas essas informações geradas pelos estudos permitem o compartilhamento de dados concretos para empresas com potencial para participar do leilão.
Nesta terça-feira, o projeto da futura ferrovia foi apresentado aos governadores dos estados que compõem o Conselho de Integração e Desenvolvimento Sul (Codesul) – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Reinaldo Azambuja, do MS, falou sobre a importância da ferrovia para o desenvolvimento do Centro-Oeste. Com a estimativa de redução do custo logístico em 30% em alguns trechos, ele destacou o potencial de competitividade da produção dos estados com a construção da Nova Ferroeste.
“Temos crescido muito em produtividade e na indústria de transformação, por isso precisamos dessa ferrovia, ela é fundamental”, disse.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior considerou que o Oeste do Paraná vai passar a ser ogrande hub logístico do Sul do País. “Além das rodovias que já cruzam essa região, a Nova Ferroeste vai permitir essa conexão também com outros países, como o Paraguai e a Argentina que vão escoar a produção pelo porto de Paranaguá”, arrematou.