Enquanto a Petrobrás começa a dar indícios de que passará a investir mais fortemente em projetos de fontes renováveis, outras petroleiras internacionais já estão começando a viabilizar empreendimentos desse tipo. A norueguesa Equinor, em parceria com a SSE Renewables, está realizando os trabalhos iniciais de escopo para explorar opções para desenvolver a quarta fase de Dogger Bank D, o maior parque eólico offshore do mundo, localizado a mais de 130 km da costa nordeste da Inglaterra. Em paralelo, a francesa TotalEnergies recebeu o sinal verde para explorar o potencial de armazenamento de CO2 no Mar do Norte dinamarquês.
A Equinor e a SSE Renewables possuem, cada uma, 50% do desenvolvimento proposto do Dogger Bank D. A proposta exigiria um novo pedido de consentimento de desenvolvimento para avançar para a construção e poderia adicionar 1,32 GW adicional em capacidade eólica offshore de fundo fixo aos 3,6 GW já em construção com as fases A, B e C do projeto.
O Dogger Bank D estaria localizado na zona leste da área de arrendamento do Dogger Bank C, mais do que dobrando a utilização da área existente. A progressão do projeto continua sujeita a acordo com o The Crown Estate – corporação estatutária que administra um patrimônio composto de terras e propriedades no Reino Unido.
Os desenvolvedores divulgarão um relatório inicial de escopo no final de março, descrevendo o trabalho em andamento para explorar a viabilidade técnica da implantação da tecnologia mais recente disponível para reforçar a capacidade de energia renovável do Reino Unido. Estão a ser exploradas duas opções para a energia gerada pelo parque eólico offshore: ligação à rede e/ou produção de hidrogénio verde.
O primeiro veria a energia do Dogger Bank D conectando-se a uma conexão de rede em Lincolnshire, onde a National Grid está instalando uma nova infraestrutura de rede em resposta às ambições do governo do Reino Unido de gerar 50 GW de energia eólica offshore até 2030.
A segunda opção considerada pelos desenvolvedores é o uso de eletricidade produzida pelo vento offshore para gerar hidrogênio verde em uma instalação de eletrólise dedicada na região de Humber. A instalação, se desenvolvida, pode se tornar o maior projeto de hidrogênio verde do Reino Unido e, sujeita à política de apoio do governo e ao alinhamento da cadeia de suprimentos, pode contribuir para as ambições de hidrogênio verde do governo do Reino Unido.
“Otimizar a área de arrendamento Dogger Bank C com uma fase adicional, Dogger Bank D, está alinhado com a estratégia da Equinor de desenvolver projetos eólicos offshore em clusters como o Mar do Norte. Temos o prazer de continuar nossa colaboração com nossos parceiros, SSE Renewables, e trabalhar juntos para amadurecer o escopo técnico deste projeto. Tanto a aquisição da rede quanto as opções de produção de hidrogênio verde do Dogger Bank D contribuiriam para as ambições de zero líquido do Reino Unido e enfatizariam a capacidade da Equinor de fornecer uma ampla oferta de energia para o Reino Unido”, disse o vice-presidente Dogger Bank da Equinor, Halfdan Brustad (foto principal).
Enquanto isso, a TotalEnergies recebeu duas licenças para explorar o potencial de armazenamento de CO2 no Mar do Norte dinamarquês. As licenças estão localizadas a 250 quilômetros da costa oeste da Dinamarca e cobrem uma área de 2.118 km2. A área inclui os campos de gás Harald, atualmente operados pela TotalEnergies, para os quais a empresa já está avaliando oportunidades de armazenamento de CO2 no âmbito do projeto Bifrost, bem como um aquífero salino que pode aumentar os volumes de armazenamento de CO2 e trazer uma solução competitiva para o mercado.
Juntamente com a estatal Nordsøfonden (20%), a TotalEnergies (80%) será a futura operadora das licenças de armazenamento offshore de CO2. A empresa realizará um trabalho de avaliação e avaliação para desenvolver um projeto que poderá transportar e armazenar permanentemente mais de 5 Mt CO2/ano, reaproveitando a infraestrutura existente no Mar do Norte dinamarquês e construindo novas instalações.
“A TotalEnergies está satisfeita por ter recebido essas duas licenças de armazenamento de CO2 na Dinamarca. Com seu grande potencial de armazenamento geológico e sua proximidade com grandes emissores industriais na Europa Central, a Dinamarca pode desempenhar um papel de liderança na captura e armazenamento de carbono no continente”, disse o vice-presidente sênior de novos negócios – neutralidade de carbono da TotalEnergies, Arnaud Le Foll (foto acima, à esquerda). “Com o projeto Northern Lights em construção na Noruega e projetos em desenvolvimento na Holanda e no Reino Unido, a área do Mar do Norte será o principal contribuinte para nosso objetivo de 10 Mt/ano de armazenamento de CO2 até 2030 e para a descarbonização da Europa economia”, finalizou.
