A participação feminina na construção está crescendo. Em 2021, as mulheres chegaram a ocupar 10,85% da força de trabalho no setor, enquanto em 2010, eram 7,8% de mulheres na área. Contudo, os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho mostram que ainda são 251 mil mulheres na construção em um total de 2,3 milhões trabalhadores.
Em território nacional, a presidente e co-fundadora do Infra Women Brasil, Marcia Ferrari, afirma que o objetivo maior do grupo é "deixar de existir".
"Queremos que esse tipo de conversa não seja mais necessário. Que a inclusão feminina - e todas as outras – no mercado de infraestrutura - seja algo natural", explica Marcia.
Do outro lado do Atlântico, a conselheira independente de empresas internacionais e sênior adviser FGV Energia, Ieda Gomes Yell, comenta que o governo francês pretende estabelecer em 40% o percentual mínimo de presença feminina em cargos de liderança. "Algo que Reino Unido e Estados Unidos sequer pensam em debater", afirma.
Questionadas sobre quais iniciativas as mulheres podem tomar para garantirem seu espaço no setor de infraestrutura, a diretora da Mulheres na Construção e da GPAG Engenharia e representações, Giovana Pepino, recomenda os estudos além do campo de graduação e que integrem associações e entidades de classe.
Já a diretora de operações da vice-presidência de atividades técnicas do Instituto de Engenharia, Miriana Marques, lembra que é importante respeitar o que já foi conquistado até hoje; "Trabalho com inspeções, eu entro na casa das pessoas para realizar análises.
É muito mais fácil para eu entrar, as pessoas se sentem mais à vontade com esse trabalho sendo realizado por mulheres".