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O que falta para o Brasil entrar de vez na eletromobilidade?

Assessoria de Imprensa - 14 de abril de 2023 374 Visualizações
O que falta para o Brasil entrar de vez na eletromobilidade?

País, que é altamente dependente do modal rodoviário, pode dar um salto em direção à sustentabilidade com a eletromobilidade

Já está nítido que o mundo precisa diminuir drasticamente as emissões de poluentes se quiser continuar pensando em um futuro de longo prazo. Os problemas gerados pelo aquecimento global continuam se somando e causando danos bilionários à infraestrutura de diferentes países, sem falar no preço inestimável da perda de vidas. E é nesse cenário que a eletromobilidade aparece como possível solução para mitigar os problemas ambientais.

“Eletromobilidade” é o termo utilizado para a transição de matriz energética dos veículos. A eletrificação dos carros cumpre o papel não só de diminuir a dependência dos combustíveis fósseis como também de reduzir a poluição e movimentar a economia com a geração de empregos e a requalificação de profissionais.

Apesar de ser fundamental, a mera substituição de carros e caminhões convencionais por modelos elétricos não é suficiente para promover a eletromobilidade. Para que esta seja possível, é preciso que haja infraestrutura, investimento em pesquisa e desenvolvimento, parcerias público-privadas e, principalmente, acessibilidade democrática para os cidadãos.

Se o tema já é complexo em países onde a venda de veículos elétricos é mais adiantada, esse é um desafio ainda maior no Brasil e em nações em desenvolvimento, onde essas vendas ainda “engatinham”.

Desafios para o setor de veículos elétricos

Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), a venda de veículos elétricos cresceu 43% no Brasil em 2022. Foram quase 19 mil elétricos e híbridos comercializados no período. A consultoria global Boston Consulting Group estima que, até 2030, a frota brasileira de elétricos deva crescer 160 vezes, alcançando mais de 500 mil unidades.

Para que esses números se concretizem, o investimento em infraestrutura até 2035 deve se aproximar dos R$ 14 bilhões. Por enquanto, os incentivos para a compra e os investimentos no setor são insuficientes para gerar maior conversão em vendas.

Os altos custos são um empecilho para a compra de carros elétricos, pois os modelos mais baratos custam mais de R$ 150 mil, além da falta de infraestrutura, como postos de carregamento pelas cidades. Apesar de poderem ser carregados em tomadas convencionais em alguns casos, a maioria dos modelos de elétricos exige tomadas específicas para o carregamento efetivo, rápido e seguro. Condomínios, shoppings e postos tentam se adequar, mas a oferta de pontos de carregamento ainda é baixa e concentrada em poucas áreas do País.

Concomitantemente, o setor público perde a oportunidade de transição para a energia verde ao não investir em ônibus elétricos. A maioria das cidades brasileiras é dependente dos ônibus para o transporte coletivo, e a mudança dos veículos geraria locais mais limpos e silenciosos.

A falta de políticas públicas e de metas de transição para o setor acarreta a inação dos municípios. Como grande parte das cidades atua com modelos de licitação e concessão de serviços, metas ambientais claras podem forçar o investimento em veículos elétricos.

Potencial do Brasil para a energia limpa

O Brasil tem grande diferencial em relação ao mundo na eletromobilidade, já que a energia elétrica produzida no País é, majoritariamente, proveniente de hidrelétricas. Essa fonte, considerada limpa e renovável, apesar de não inteiramente sem impactos ambientais, faz que a energia usada nos veículos seja verdadeiramente limpa.

A Europa, por outro lado, sofre ao ainda depender de fontes como a energia nuclear e de carvão. Usar energia de fontes poluentes para gerar energia elétrica para os novos carros diminui os benefícios da transformação energética.

A média mundial de fontes renováveis na matriz elétrica é de menos de 30%; no Brasil, o índice é de aproximadamente 85%. O País pode ser um gigante da energia limpa quando parar de depender da queima de combustíveis fósseis para transportar cargas e cidadãos.

Outra questão que é um desafio para a eletromobilidade são as baterias dos veículos elétricos. Atualmente, a maioria delas é feita de lítio, tendo reciclagem difícil e que não abrange todos os componentes. Com isso, partes perigosas acabam sendo descartadas e podem gerar outros problemas ambientais. Grandes montadoras e governos precisam investir em pesquisas e criar soluções para que não se substitua um problema ambiental por outro.

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Fonte: Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica -PNME, Mobilidade Estadão, Auto Indústria, Consumidor Moderno, Energia Hoje