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Impulsionado pela crescente demanda por obras mais sustentáveis, eficientes e conectadas, o conceito de “construções inteligentes” ganhou evidência entre as startups do setor de mobilidade e logística. Essas empresas querem transformar a construção civil ao otimizar não apenas o transporte de materiais e recursos, mas também como os projetos são planejados, executados e gerenciados ao longo do tempo.
Aproximar-se dessas companhias, focadas em inovação tecnológica e soluções disruptivas — e investir nelas — pode ser uma estratégia promissora para os grandes players que pretendem revolucionar o segmento. “O alto valor dessas startups está na capacidade de integrar tecnologias avançadas, hoje necessidades operacionais na construção civil. As soluções que vimos nos últimos anos transformam profundamente a gestão das obras, garantindo melhor percepção do andamento dos projetos e, assim, reduzindo erros e atrasos”, destaca Aluir Dias Purceno, CEO da Vetor AG Ventures, corporate venture building da Andrade Gutierrez.
A mobilidade é um ponto central na transformação da construção civil, especialmente em grandes projetos que exigem o transporte de materiais e equipamentos pesados. Veículos autônomos, drones e sistemas de transporte inteligente permitem a entrega de insumos no momento certo, evitando desperdícios e adiamentos. Essas ferramentas também possibilitam o monitoramento ao vivo e o fornecimento de imagens aéreas detalhadas, facilitando a administração das obras e o mapeamento preciso dos terrenos.
Por outro lado, a logística também está transformando a gestão da cadeia de suprimentos, especialmente na construção civil. Por exemplo, plataformas digitais de gerenciamento de estoque, com sistemas de rastreamento em tempo real, permitem que gestores acompanhem com precisão o status dos materiais e equipamentos, evitando delongas e desperdícios. Também é possível ajustar os cronogramas de entrega, de modo que os materiais cheguem ao local de construção exatamente quando necessários, evitando o acúmulo de estoque no canteiro, que podem resultar em custos adicionais.
Além disso, o uso de inteligência artificial (IA) nas operações logísticas permite otimizar o planejamento das rotas de entrega, considerando variáveis como condições do trânsito, previsão do tempo e até mesmo o fluxo de trabalho no próprio canteiro. Essas empresas, por exemplo, estão criando sistemas que ajustam automaticamente os novos pedidos de insumos conforme as mudanças nas necessidades do projeto, evitando falhas que poderiam comprometer o andamento da construção.
Outro exemplo é a análise de dados, que possibilita uma visão aprofundada sobre o desempenho logístico de um canteiro de obras. A partir das informações geradas pelas operações diárias em campo, as organizações conseguem identificar padrões e prever potenciais gargalos no projeto, permitindo uma tomada de decisão mais embasada.
Integradas ao setor, essas soluções abrem portas para novos modelos de negócios, em que startups e construtoras tradicionais colaboram para um futuro conectado e preciso na construção civil. “Essa parceria pode gerar soluções mais ágeis e eficientes, tornando as obras mais rentáveis e menos suscetíveis a imprevistos. Em um setor onde prazos e orçamentos estão no topo das prioridades, as tecnologias de mobilidade e logística se tornam um diferencial”, conclui Aluir.