Conexpo mostra inovações do concreto no continente
Entre 21 e 24 de outubro de 2015, a capital do Chile – Santiago – sediou a Conexpo Latin America. O evento reuniu fabricantes de equipamentos e produtos, desenvolvedores de tecnologias e especialistas da construção civil. Paralelamente à feira, que contou com 800 expositores, atraiu 35 mil visitantes e movimentou US$ 200 milhões em negócios (R$ 800 milhões), aconteceram outras duas exposições: a Edifica, voltada para a área da arquitetura, e a Expo Hormigón, cujas sessões técnicas debateram a produção de concreto no continente e a aplicação do material nas mais variadas obras.
Como os demais países da América Latina utilizam as normas técnicas dos Estados Unidos para a produção de concreto – a exceção é o Brasil, que possui normas próprias – o centro das atenções na Expo Hormigón foi a ACI318 -14S (Requisitos para construção com concreto estrutural), que recentemente passou por revisão e mudou os parâmetros para o uso de âncoras com adesivos químicos. As alterações trazem maior responsabilidade para fabricantes, projetistas e construtores que atuam de acordo com a ACI318 -14S.
Ainda que a norma norte-americana não gere reflexos no Brasil, as influências dela sobre adesivos químicos e outros produtos usados no concreto podem, indiretamente, trazer essas novidades ao país. O objetivo é a fabricação de componentes mais eficazes, principalmente para estruturas sujeitas a colapsos causados porterremotos, como o que atingiu o Chile em 2010. Boa parte dos viadutos que caíram era construída com estruturas pré-moldadas e usava adesivos químicos nos parafusos que uniam as peças, e que se soltaram com o tremor.
A partir do terremoto foi instalada uma comissão para revisar a ACI318 -14S, principalmente em seu capítulo 17, que trata dos adesivos químicos. “Os adesivos devem resistir a incêndios, exposições químicas severas e aos impactos”, diz o engenheiro civil Claudio Medel Lavin, que palestrou em uma das sessões técnicas. O especialista é diretor de desenvolvimento e recuperação de estruturas da Sika para o Chile. Medel também é ligado ao Instituto Del Cemento y del Hormigón do Chile – similar do Ibracon no Brasil.
Além de um seminário específico sobre adesivos químicos para reforçar estruturas de concreto, a Expo Hormigón teve também palestras sobre a industrialização da habitação através do concreto, que abordou a construção de edifícios com paredes de concreto, além de tecnologias para a construção de pavimentos de concreto, e que os tornem mais competitivos e melhorem a qualidade. O Chile é o país da América Latina com a maior quilometragem em pavimento rígido. Quase 80% de suas principais estradas têm o concreto como matéria-prima.
Entrevistado
Engenheiro civil Claudio Medel Lavin, diretor de desenvolvimento e recuperação de estruturas da Sika para o Chile
Contato: info@ich.cl
Créditos Fotos: Divulgação/ Expo Hormigón/Conexpo