Sergipe é o quarto estado a gerar mais empregos no país
Sergipe é o quarto Estado no país a contratar mais profissionais com carteira assinada, sendo a atividade agropecuária a que concentra o maior número de novos trabalhadores, totalizando 1.598. Em seguida, surge o setor de indústria de transformação, que contribuiu com a geração de 864 recentes postos de serviço. Os seguimentos foram impulsionados pelo início da safra de cana-de-açúcar, que necessita de trabalhadores para plantar e atuar na fabricação de álcool e açúcar. Baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, ainda é possível destacar as 239 novas oportunidades na área do comércio.
Segundo o Ministério do Trabalho, setembro foi o melhor mês no ano de 2015 em Sergipe na área de geração de empregos com carteira assinada. Assim como Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, o Estado obteve alta na abertura de novas vagas. Para o professor e economista Ricardo Lacerda, esse foi um fato positivo e a perspectiva é que a safra da cana proporcione a contratação de mais profissionais nos próximos meses. Com relação ao comércio, houve aumento no número de oportunidades de trabalho por conta da aproximação das festas de fim de ano.
Outro setor que vem gerando empregos em Sergipe é o turismo, responsável por proporcionar mais de mil oportunidades de trabalho nos últimos 12 meses. De acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego, a área é a segunda a gerar mais postos de trabalho formais, ficando atrás, apenas, da construção civil. Ao todo, foram 1.073 empregos distribuídos em 52 segmentos. Este é o caso da guia de turismo Roseilde Gonçalves, que foi contratada há menos de um ano por uma empresa do setor. “Apesar da crise, não está difícil arranjar emprego na área, que está melhorando bastante”, comentou.
Mais empregos
Um fator que vai ampliar ainda mais o número de novos postos de trabalho em Sergipe é a instalação da Fábrica de Cimentos Apodi no município de Santo Amaro das Brotas. A partir de um investimento aproximado de R$ 1 bilhão, a terceira indústria do grupo M. Dias Branco e SKS deve produzir 4 mil toneladas de cimento/dia e gerar 2.500 empregos. As obras estão previstas para 2016.
O aposentado Andreval dos Santos acredita que a fábrica de cimentos surge como oportunidade para a juventude da região de Santo Amaro, que não precisará se deslocar até outros estados para buscar emprego. “Quando era mais novo, deixei meu filho com dois anos de idade e fui trabalhar fora de Sergipe, onde passei três anos. Com isso deixei de acompanhar o crescimento dele numa fase tão importante para o convívio entre pai e filho”, relembrou.
De acordo com o responsável pela Companhia de Cimento Industrial Apodi, Túlio Pinto, o cimento é o segundo produto mais consumido no mundo e a região Nordeste é a que mais cresce na compra. Além desse fator, segundo o sócio-proprietário da SKS, Juscelino Sarkis, Sergipe tem disponibilidade de calcário de boa qualidade na região, o que configura o estado como ponto de construção da nova unidade.
Abertura de empresas
Além do crescimento do número de empregos, Sergipe registrou aumento na abertura de empresas em comparação ao ano passado. Até o mês de setembro, 3.117 negócios foram constituídos em território sergipano. No mesmo período de 2014, foram 3.076. De 1º a 20 de outubro de 2015, 205 empresas já foram regulamentadas na Junta Comercial do Estado (Jucese), sendo que 112 estão localizadas em Aracaju. O setor que mais registrou abertura foi o de serviços (58%), em segundo lugar, comércio (34%) e em terceiro, indústria (8%).
Segundo o presidente da Junta, George Trindade, a economia está ativa. “Continuam surgindo novos empresários em Sergipe e houve aumento na ordem de 17% de constituição de Microempreendedor Individual (MEI) em relação ao ano passado. Isso mostra que a atividade empresarial não está estagnada e o MEI é crescente”, relatou. Até setembro deste ano, foram 7.344 registros na modalidade de negócios e em 2014, no mesmo período, 6.263.
O empresário Márcio Luiz Melo decidiu investir em um estabelecimento no ramo alimentício neste ano e conta que não teve dificuldades em abrir a empresa. “Estou satisfeito. Já ampliei meu negócio e quero aumentar ainda mais. Futuramente, pretendo abrir outro restaurante ou um empreendimento na área de prestação de serviços”, declarou.
Germana Landim, que abriu um negócio de comercialização de bolos, também diz que não sentiu efeito da crise. “Inclusive contratei duas funcionárias este ano, sendo que uma delas no auge da crise”, pontuou. Ela conta que não houve diminuição do número de clientes e que, por conta da demanda, foi necessário investir no emprego de mais trabalhadores. Assim como Márcio, a empresária pretende expandir seu negócio e abrir cerca de cinco novos postos de trabalho.
Ferreira Costa e Saint-Gobain
Duas grandes empresas também visualizam em Sergipe oportunidade de crescimento. Ferreira Costa e Saint-Gobain abrem suas portas até o fim deste ano, investindo R$ 330 milhões no estado e movimentando os mercados de construção civil e embalagens do Nordeste. Serão mais de mil novos postos de trabalho.
O Grupo Ferreira Costa é considerado o maior home center do Norte-Nordeste e, com mais de 130 anos de fundação, ocupa o 7º lugar no ranking nacional das lojas de material de construção, de acordo com a revista Anamaco. Segundo a assessoria do Grupo, a inauguração está prevista para novembro e serão ofertados 500 postos de trabalho.
Diretor da Empresa, Guilherme Ferreira Costa, explicou que a Ferreira Costa está em processo de expansão e viu em Sergipe as condições ideais para receber um novo investimento.
“Sergipe tem tido um grau de desenvolvimento acima da média do Nordeste, com a maior renda per capita e investimentos interessantes, como fábricas de cimento, indústria vidreira e região do petróleo, todas as qualidades para receber um investimento de R$ 80 milhões e gerar 500 empregos diretos, podendo chegar a 600. Estamos sendo muito bem acolhidos. Recebemos a colaboração municipal e também do Governo do Estado”, informou Guilherme. Além disso, ele explica que Sergipe está próximo dos dois maiores mercados nordestinos: Recife e Salvador.
O grupo vidreiro Saint-Gobain vai operar em Estância. A unidade será a quarta e mais moderna empresa da Verallia no Brasil. De acordo com os empresários, a previsão é de gerar 195 empregos diretos e 600 indiretos quando atingir o pleno funcionamento, a partir de um investimento de mais de R$ 250 milhões.
A unidade produtiva contará com equipamentos de última geração, operados com alto nível de automação que na primeira etapa produzirão 80 mil toneladas de vidro, o que corresponde a 200 milhões de embalagens. A nova fábrica, além de respeitar integralmente as normas ambientais, terá como fator determinante em seu projeto, construção e operação, a preocupação com a sustentabilidade e a segurança de seus colaboradores.
Representante do Grupo, Bernoit d’Iribarne disse que a escolha de Sergipe e Estância como sede se deu por apresentar condições favoráveis de localização, estratégica e infraestrutura. “Tivemos o apoio muito grande governo. Temos certeza de que a nossa proposta de trabalho, além de contribuir com o desenvolvimento, tem todos os componentes para ser um verdadeiro sucesso”, disse.
Para o assessor especial do governo e economista Ricardo Lacerda, a instalação de unidades da Ferreira Costa e Saint-Gobain corrobora as transformações econômicas de Sergipe nos últimos oito anos, que diversificou seu parque industrial e interiorizou o desenvolvimento e geração de emprego.
“A chegada dessas duas empresas é um reconhecimento que o empresariado tem dado a Sergipe. A Ferreira Costa é a segunda maior rede nacional de Home Center de material de construção. Ela tem grandes unidades em Salvador e Recife e os empresários escolheram Aracaju por conta do ambiente de negócios e do poder de compra do estado. Então essa empresa percebeu as transformações que Sergipe alcançou e o poder de compra das famílias”, informou.