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Brasileiros e asiáticos criam mineradora de US$ 16 bilhões

Folha de São Paulo - 02 de dezembro de 2015 1425 Visualizações
Brasileiros e asiáticos criam mineradora de US$ 16 bilhões
A companhia reunirá a atividade de mineração da Namisa, na qual a CSN tem sócios asiáticos, e negócios que pertenciam antes apenas à siderúrgica: a mina Casa de Pedra, uma das maiores do país, uma fatia de 18,63% na ferrovia MRS e um terminal portuário em Itaguaí, no Rio.
Com capacidade de produzir 60 milhões de toneladas de minério por ano, a Congonhas nasce como uma das maiores mineradoras do mundo. Segundo a CSN, é avaliada em US$ 16 bilhões (R$ 62,2 bilhões).
A CSN terá o controle da nova mineradora, com 87,52% das ações. Os asiáticos ficarão com 12,48% do negócio.
 
NOVELA
O acerto põe fim a uma longa disputa entre Benjamin Steinbruch, dono da CSN, e o consórcio de investidores japoneses, chineses e sul-coreanos que, em 2008, comprou 40% da Namisa.
Os asiáticos, que investiram US$ 3 bilhões na companhia, passaram a acusar Steinbruch de não cumprir sua parte no trato e a exigir o valor desembolsado de volta.
O empresário propôs então a formação da nova empresa sob o argumento de que, ao unir as duas operações, haveria ganhos de produtividade.
Mas as duas partes nunca chegavam a um consenso sobre a participação final que cada uma teria no negócio. Em 2013, a CSN chegou a anunciar que desentendimentos poderiam levar à dissolução da parceria.
No final de 2014, um acordo enfim foi assinado. Steinbruch tinha até o final de 2015 para colocar de pé a nova empresa. Com o anúncio desta segunda, fica livre de devolver os US$ 3 bilhões.
Para selar o negócio, os japoneses exigiram, contudo, que o brasileiro lhes pagasse US$ 680 milhões. O valor fez com que a CSN aumentasse a fatia no negócio em 4%, para os 87,52% anunciados.
 
EM BOA HORA
O acordo chegou em bom momento, mas não foi o suficiente para animar os investidores –as ações da CSN fecharam em queda de 6,46%.
Com uma dívida crescente e prejuízo acumulado de quase R$ 800 milhões no ano, a CSN luta para encontrar uma saída para sua situação financeira. O plano é alongar dívidas de curto prazo, segurar investimentos e vender o que for possível. Já foram oferecidas ao mercado as ações remanescentes na MRS, participações em hidrelétricas, um terminal de grãos em Itaguaí e ações da rival Usiminas.
 
RAIO-X
CONGONHAS MINÉRIOS
 
Capacidade de produção
60 milhões de toneladas por ano
 
Sócios
CSN (87,52%) e consórcio de asiáticos (12,48%)
 
Ativos
Minas da Namisa, mina Casa de Pedra, ações da MRS (18,63%) e porto em Itaguaí (RJ)
 
Principais concorrentes
Vale e Samarco