Logotipo Engenharia Compartilhada
Home Notícias O impacto do prejuízo da Petrobras

O impacto do prejuízo da Petrobras

Nildo Carlos Oliveira - 22 de março de 2016 1400 Visualizações
O impacto do prejuízo da Petrobras
Não é pouco e sequer está dimensionado em toda a sua amplitude. Mas a Petrobras, conforme seu balanço, fechou 2015 registrando prejuízo de R$ 34,836 bilhões. Analistas do mercado internacional na área de petróleo e gás afirmam, de pés juntos, que esta é a maior perda da estatal, desde que ela foi fundada por Getúlio Vargas, no dia 3 de outubro de 1953, quando ele sancionou a lei  2004, ao final de uma série de lutas ideológicas e embates de rua e no Parlamento.

Daquela data em diante o Brasil efetivamente mudou. Quem alardeava que não tínhamos petróleo tratou de sorrir amarelo e escafeder-se, porque não teria mais como mostrar a cara aos patrícios. 

As refinarias prosperaram; as plataformas avançaram mar adentro; a empresa passou a dominar a tecnologia da exploração em águas profundas. E a engenharia, em suas diversas modalidades, em particular a engenharia industrial, desenvolveu-se, fincando raízes a partir de cada obra para a construção de plataforma e contribuindo para que a indústria de máquinas e equipamentos, incluindo a indústria naval, adquirisse impulso. Foi uma conquista da capacitação nacional nesse campo. Chegamos até à autossuficiência em petróleo em 2006. Mas, depois disso, intensificou-se o processo de dilapidação da empresa. 

Com o saque continuado e decisões equivocadas adotadas em cima do joelho (a compra da refinaria de Pasadena, EUA, é descalabro exemplar), o desenvolvimento da Petrobras inverteu-se e hoje, para sobreviver,  pratica o humilhante exercício do desinvestimento. Contribuem, para essa debacle, a redução imensa do preço do petróleo no mercado externo e, aqui dentro, o chamado risco Brasil.  Seja qual for o nome que se queira dar ao desastre, ela negocia seus ativos e tenta respirar, mesmo que por aparelho. 

O impacto é absurdo na população de desempregados em Itaboraí, Macaé e em todas as regiões onde atua. A engenharia, sobretudo a industrial, foi colocada de pires na mão. Os responsáveis por esse desastre não seriam apenas aqueles que estão condenados ou prestando informações na Operação Lava-Jato. Tem muito mais gente comprometida. A Petrobras não merecia estar passando por esse inferno astral. 

Dia Mundial da Água
/
 
Hoje, 22 de março, celebra-se o Dia Mundial da Água. E, admitamos, pouca coisa tem sido feita para que ele mereça celebração digna desse nome. Inútil nos alongarmos na exposição dos casos que colocam às escâncaras a falência de políticas públicas para coletá-la, tratá-la e economizá-la, a fim de que, um dia, não constatemos que a extensão das reservas nos mananciais integra a expansão das áreas desertificadas.  Lastimavelmente caminhamos para isso, a passos largos. 
        Quanto ao abastecimento, as obras hoje em curso são absolutamente insatisfatórias e não acompanham planejamento de longo prazo. As obras acaso em andamento são para cobrir as insuficiências de ontem.  Sempre estamos atrasados, sobretudo no tratamento. A esse respeito é importante assinalar registro do Instituto Trata Brasil:

        A cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, no país, apenas 67 litros são consumidos. Ou seja:  37% da água no Brasil é perdida, seja com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, resultando no prejuízo de R$ 8 bilhões.
 

Coisas do Brasil

- A Advocacia Geral da União (AGU) diz que o juiz Sérgio Moro, que vem cuidando de apurar corrupção pelo país afora, “está colocando em risco a soberania nacional”.

- O ministro Eugênio Aragão, da Justiça,  garante que identifica vazamento de investigação pelo olfato.

- E a advogada e ex-procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf, em artigo lapidar, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, edição de hoje (22), faz uma analogia entre Getúlio Vargas, que preferiu matar-se para não receber a pecha de corrupto, e  corruptos atuais, que preferem “acabar com a vida dos outros”.  
 
/ 
 
Nildo Carlos Oliveira