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Engenheiro cria jato capaz de voar de Nova York a Londres em 11 minutos

EngenhariaÉ - 05 de abril de 2017 1242 Visualizações
Engenheiro cria jato capaz de voar de Nova York a Londres em 11 minutos
Com isso o jato poderia viajar de Nova York a Londres em apenas 11 minutos, já imaginou?? Isso é o que os criadores do Antipode, um conceito desenvolvido pelo inventor e engenheiro canadense, Charles Bombardier.
O conceito vem apenas meses após Bombardier apresentar seus projetos do SkreemR, um avião com motores scramjet. Ou seja, sua propulsão interna poderia funcionar com vários tipos de combustíveis químicos. Ele possui quatro asas e poderia transportar 75 passageiros a velocidades de até Mach 10. A velocidade Mach é definida em quantas vezes o corpo atinge a velocidade do som, portanto, este modelo atingiria 10 vezes a velocidade do som, sendo cinco vezes mais rápido do que os atuais jatos Concorde. O Antipode, entretanto, atingiria Mach 24.
Os sistemas scramjet são alimentados por combustão de oxigênio líquido e, em vez transportar o oxigênio líquido a bordo, como os sistemas de propulsão tradicionais, eles usam oxigênio extraído da atmosfera por onde passa a aeronave. Isto significa um peso menor e uma velocidade maior. “Mas, a fim de funcionar corretamente e comprimir o oxigênio que chega sem a necessidade de peças móveis, scramjets precisam estar viajando mais rápido do que a velocidade do som, em cerca de Mach 4, que é algo que nenhum avião de passageiros conseguiu alcançar. O Concorde estourou a Mach 2.0”, relatou Fiona MacDonald, em outubro, em um artigo para o Science Alert.
Bombardier poderia conseguir um feito surpreendente, tendo em vista que nem mesmo a NASA conseguiu desenvolver um sistema scramjet confiável. Porém, há um problema com o sistema que o inventor garante poder resolver. Ele precisa descobrir como garantir que as asas e o bico do avião não superaqueçam quando o modelo viajar mais rápido que a velocidade do som. “Eu não tenho certeza se os materiais são capazes de suportar o calor, a pressão e o estresse estrutural, já que esta aplicação ainda não foi colocada em prática”, disse ele no ano passado.
Agora, ele acredita ter a solução, criando o conceito do Antipode. “Eu fui contatado por Joseph Hazeltine, engenheiro do Wyle Laboratories, Inc. e ex-diretor do Departamento de Defesa do Reliability Information Analysis Center (RIAC), nos EUA, que propôs usar um fenômeno aerodinâmico chamado ‘modo alongado de penetração’ (Long Penetration Mode – LPM)”, disse ele, em entrevista ao portal da revista Forbes.
Ao contrário do SkreemR – que usaria um sistema de trilhos magnéticos para decolar – o Antipode seria lançado ao ar usando propulsores de foguetes ligados a suas asas. Ao atingir a altitude de 12 km e uma velocidade de Mach 5 (muito além da velocidade do som), os propulsores de foguetes seriam expulsos, voltando à base. Porém, em seguida, o motor supersônico de combustão poderia ser interrompido pelo computador de bordo quando o avião atingisse a Mach 24. Seria um dos graves problemas do superaquecimento.
Bombardier diz que seu novo avião iria combater este problema através do arrefecimento por jatos de ar estrategicamente implantados. Segundo o artigo de Kristin Tablang, na Forbes, seria possível canalizar um pouco de ar a uma velocidade supersônica, através de um bocal localizado no bico da aeronave. Isso geraria a produção de um jato de contrafluxo de ar que iria induzir LPM, que, por sua vez, levaria a uma queda na temperatura da superfície por resfriamento e uma redução da onda de choque e ruído causada pela quebra da barreira do som.
Infelizmente, para o Antipode, a tecnologia LPM trabalha melhor em naves espaciais que são projetadas como foguetes, ou seja, com a menor exposição possível da área de superfície. As asas do jato não tornariam o veículo ideal. “De fato, a configuração atual do Antipode não reflete uma forma ideal a esse respeito”, admitiu ele, sem desistir da ideia de aprimorar seu projeto, para que ele possa ser desenvolvido com segurança.