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Origami arquitetônico: conheça a tendência das casas dobráveis

Blog da Arquitetura - 20 de julho de 2017 2404 Visualizações
Origami arquitetônico: conheça a tendência das casas dobráveis
Novos conceitos de arquitetura e engenharia civil provam que é possível, sim, dar respostas mais criativas às necessidades dos clientes. Casas móveis ou transformáveis, por exemplo, costumam apresentar estruturas bastante inovadoras e inteligentes, que podem se ajustar melhor às diferentes condições climáticas, assim como atividades e usos, aproveitando ao máximo o ambiente. Como um “origami arquitetônico”, suas peças são remodeladas de forma rápida, fácil e sem custos. Poderia ser uma resposta à falta de habitação em comunidades atingidas por desastres naturais ou guerras, por exemplo.
Atualmente, milhares de pessoas no mundo vivem sob tendas ou abrigos improvisados. Por algum motivo, elas perderam tudo e precisaram recomeçar, de qualquer jeito. Os modelos de casas, apresentados a seguir, poderiam lhes resgatar um pouco da sensação de estabilidade e bem estar emocional, através de uma maior segurança e conforto físico. Mas, em verdade, todos que moram em áreas de temperaturas extremas também podem se beneficiar desses projetos, já que seus autores prometem tornar a incidência de luz solar e ventilação natural muito mais eficiente.
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D*Haus
Os ingleses David Bem Grünberg e Daniel Woolfson idealizaram um projeto bem inovador de casa dobrável. Suas inspirações foram as condições e mudanças climáticas, ao longo das estações, na região da Lapônia, na Finlândia. A ideia era criar uma edificação capaz de ter seu volume transformado, no decorrer de um ano ou de um dia, que permitisse aos usuários espaços de vida mais confortáveis. Eles se basearam na matemática, principalmente na fórmula Haberdasher’s Puzzle – elaborada por Henry Dudeney – dividindo um triângulo equilátero em diferentes partes que podem ser reconfiguradas para formar um quadrado.
 (imagem extraída de Archiscene) (imagem extraída de Life and Style Plus)
A ‘D*House’ seria construída sobre trilhos, em uma plataforma circular, que fariam girar a casa. As partes pontiagudas do volume poderiam ser manipuladas livremente ao redor dessa estrutura de base. Divisórias internas virariam paredes externas. Janelas se tornariam portas e vice-versa. Tudo dependeria da nova formação. Isso ajudaria a manter os ambientes protegidos das intempéries, buscando sempre a melhor orientação da incidência solar e dos ventos.
Nesse vídeo hospedado no youtube você pode obter mais informações e entender melhor como funcionaria esse processo de transformação volumétrica: https://www.youtube.com/watch?v=v2gQM8DxSNg
Open House
O americano Matthew Mazzotta transformou uma casa abandonada no estado de York, no Alabama, em um teatro dobrável com capacidade para cem pessoas. Ele contou com ajuda da população local e do Centro Coleman de Artes. A estrutura existente, quase toda composta por madeira de cedro, foi desconstruída e reconstruída com auxílio de materiais recicláveis. Toda a atividade foi guiada por um projeto que visou à criação de uma configuração volumétrica flexível, capaz de abrigar shows, exibições de filmes e outros eventos da comunidade.
A ideia inicial partiu da constatação do número de edificações abandonadas e a falta de espaços públicos na região. Então, essa edificação dobrável seria um tipo de exemplo a ser seguido por outras pessoas, nessa ou em outra cidade. Ela demonstra como se pode manipular facilmente uma edificação – quando com paredes e teto articuláveis – para obter uma nova arquitetura. Na ‘Open House’, bastam quatros pessoas e uma hora e meia de trabalho para transformar a pequena casa em três grupos de cinco fileiras de bancos.
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M-House
A ‘M-House’ – também chamada de ‘M-Velope’ – foi idealizada pelo arquiteto americano Michael Jantzen. O primeiro protótipo foi construído em Gorman, na Califórnia. Ele foi composto por uma série de painéis retangulares, pré-fabricados, em aço e concreto, que se encaixam por meio de dobradiças. A manipulação dos seus componentes, em diferentes posições, pode gerar as mais variadas formas, assim como lugares para se sentar, dormir, trabalhar e muito mais.  Para formar uma edificação maior, poderiam ser interligados até sete “cubos” iguais a esse.
Esse modelo de habitação, em tese, pode atender uma ampla gama de necessidades e atividades humanas. As combinações de desdobres modificam, assim, todo o layout dos ambientes, adquirindo melhores disposições. Sugere-se que a ‘M-House’ seja utilizada como pavilhão de exposições, escritório comercial, espaço de lazer para crianças ou moradia não convencional. A maior vantagem é que ela é autossuficiente, contando com um sistema elétrico alimentado por meio de energias renováveis, como sol e vento.
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XBO Mobile Structure
Esse protótipo de casa dobrável foi construído pelo escritório 70 N arkitektur As, da Noruega, para a exposição europeia chamada ‘PARASITE’, que visava sustentabilidade. Ele tem doze metros de comprimento por três e vinte de largura, ou aproximadamente quarenta metros quadrados de área – tamanho suficiente para abrigar duas pessoas de maneira confortável. Tem sala de estar, banheiro, quarto e escritório, além de uma varanda. Cada uma de suas partes pode ser separada, fazendo surgir um jardim interno com até sete metros de comprimento.
A XBO possui uma estrutura independente, que pode ser movida para qualquer local, como se fosse um abrigo temporário. Não há necessidade de infraestrutura externa, por exemplo. O tamanho do seu volume é o que mais facilita o transporte. E mesmo parecendo ser apenas uma simples caixa, trata-se de uma habitação moderna, elegante e confortável. Nelas, há grandes aberturas de vidros que integram os interiores ao meio externo, deixando a luz e a ventilação natural entrarem em abundância.
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Modular Housing
Essa pequena casa foi projetada pelo arquiteto Joseph Bellomo e desenvolvida pela empresa Bike Arc. A ideia era criar uma estrutura de treliça modular que pudesse ser erguida com rapidez e ainda suportar um calor excessivo, além de ventos e chuvas fortes – algo que ocorre em regiões de clima tropical, por exemplo. O primeiro exemplar da ‘Modular Housing’ foi construído no Estado do Havaí, nos Estados Unidos.
O protótipo foi feito com tubos de aço dobrados. Sua maior característica é a leveza. Uma residência assim,  com quatro metros quadrados quando fechada, ou quarenta e cinco metros quadrados quando aberta, pesa apenas mil e trezentos quilogramas. Seu volume possui janelas amplas, que favorecem a entrada de luz solar. Também há placas de geração de energia elétrica sobre a cobertura. Por isso, esse é considerado o modelo de casa dobrável mais ecológico.
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 (imagem extraída de Blog Arquitetura Sustentável, por Celina Lago)