Pré-sal é chance de desenvolver parque industrial no Brasil, diz Ricardo Maranhão
“São falácias os discursos que dizem que a Petrobras está endividada ou quebrada. Ela permanece como maior empresa do país, saudável financeiramente, sólida, com bom conceito no mercado financeiro brasileiro e internacional”, afirmou o engenheiro Ricardo Maranhão, especialista em Engenharia do Petróleo, em palestra ministrada no Seminário Tecnologia, Inovação e Soberania, em Porto Alegre, no dia 22 de junho. Maranhão, que foi, entre outros cargos, chefe de obras e assessor da presidência da Petrobras, é conselheiro do Clube de Engenharia e apresentou a palestra “O petróleo, a Petrobras, a tecnologia e a soberania nacional” no evento organizado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio Grande do Sul (Senge-RS) em parceria com a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).
Situação arriscada
Segundo Maranhão, o interesse de empresas estrangeiras sobre o pré-sal brasileiro tem colocado a Petrobras em situação arriscada. O ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) e atual conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros foi enfático nas críticas às afirmações que dizem que a empresa está “quebrada”. “O diretor financeiro da Petrobras diz à imprensa que ‘hoje temos recursos suficientes para atender todos os compromissos da empresa nos próximos 30 meses’. Por que então o discurso de que a Petrobras está falida?”, questiona. Enquanto isso são feitas vendas de participações nas áreas de gás, biocombustíveis, petroquímica e campos de petróleo, inclusive no pré-sal que, segundo o especialista, é, senão a maior, uma das maiores descobertas na área de petróleo do mundo nos últimos 20 anos.
Pesquisa e inovação tecnológica
Maranhão lembra que a descoberta do pré-sal é resultado de um histórico de grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Em 2015, a Petrobras recebeu, pela terceira vez, o maior prêmio concedido à indústria do petróleo pela Offshore Technology Conference, como a empresa que mais proporcionou avanços tecnológicos na exploração de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. “A Petrobras trabalha com mais de 100 instituições de pesquisa, e mantém sua própria, o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), inaugurado em 1963 e contando, hoje, com 1600 empregados. São quase 1,9 bilhão de reais ao ano em investimento em pesquisa e desenvolvimento, que resultaram na descoberta do pré-sal”, disse.
Conteúdo local
O engenheiro lembra que a descoberta do pré-sal colocou a necessidade de se investir, hoje e nos próximos anos, milhões de reais em compras de equipamentos e contratação de serviços de engenharia. “Não se pode deixar passar esse volume de recursos sem aproveitar para criar uma política industrial. Vamos procurar comprar esses serviços, materiais e equipamentos, o máximo possível, fabricados no nosso país. Estaremos gerando emprego, renda e tributos, e consolidando um parque industrial no Brasil, e estimulando inovação e tecnologia”, defendeu.
Veja, na íntegra, a palestra do conselheiro Ricardo Maranhão, seguida de debate,
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