O céu não é limite! Conheça as mais recentes inovações para elevadores
Com o passar dos anos, as aglomerações humanas foram crescendo a tal ponto que a única alternativa encontrada pelos urbanistas de acomodar mais e mais pessoas nas grandes cidades foi à verticalização. Esse desafio se mostrou difícil a partir do momento que os edifícios construídos eram mais e mais altos. Foi preciso encontrar, então, um jeito novo e eficiente de levar os usuários rapidamente aos seus devidos destinos. E foi assim, no final do século XIX, que Elisha Graves Otis e Werner von Siemens lançaram as primeiras inovações para elevadores de passageiros, que mudaram radicalmente os rumos da construção civil.
“O elevador permitiu que os arquitetos projetassem edifícios capazes de suportar territórios recém-descobertos. Com as novas tecnologias agora disponíveis para nós, podemos continuar explorando a melhor maneira de ocupar nosso terreno aéreo” – arquiteto Rem Koolhaas, em seminário realizado na Delirious New York.
Houve vários avanços tecnológicos nas última décadas. Agora, existem novos modelos de elevadores, muito mais bonitos, seguros, funcionais e high-techs. E como no futuro, certamente, a maior parte da população mundial estará vivendo em cidades, é interessante saber que essas inovações permitirão aos arquitetos e engenheiros civis explorar ainda mais a verticalidade – ou a horizontalidade – dos seus projetos.
Veja a seguir sete modelos diferentes de elevadores, lançados depois dos anos 2000, que substituem a tecnologia padrão e prometem revolucionar a mobilidade urbana e a indústria da construção.
Multi, o primeiro elevador sem cabos
(imagem extraída de inova.jor)
“À medida que a natureza das construções de edifícios evolui, é necessário adaptar os sistemas de elevadores para melhor atender às necessidades dos edifícios e o grande volume de passageiros” – Andreas Schierenbeck, diretor geral da ThyssenKrupp Elevator AG.
Essa é uma das inovações tecnológicas mais comentadas nos últimos tempos. Trata-se do primeiro elevador sem cabos do mundo, que se move apenas com o uso da levitação magnética. Ele está sendo desenvolvido pela empresa Thyssenkrupp e deve entrar em operação em breve, em uma de suas torres, na cidade de Rottweil, na Alemanha. Dentre as vantagens, o Multi pode atingir dezoito metros por segundo, com capacidade de transporte e demanda de energia maior que os elevadores convencionais, mas num espaço físico menor.
(imagem extraída de Finantial Times)
“O primeiro sistema de elevadores sem cabos do mundo poderá permitir que o setor de construção enfrente os desafios da urbanização global”, informou a Thyssenkrupp em nota divulgada no jornal O Estadão.
O Multi poderá se mover tanto no sentido vertical quanto horizontal, sobre trilhos, como se fosse um metrô dentro de um prédio.
Terá várias cabines sendo operadas ao mesmo tempo, em linhas diferentes e no mesmo poço, girando em seu próprio eixo. Por não utilizar cabos, sua infraestrutura é reduzida. E engana-se quem pensa que o sistema é inseguro, pois ele possuirá freios bastante potentes. Uma ideia assim permitirá muito mais liberdade criativa aos projetistas, que poderão pensar em edifícios mais longos e de formas arrojadas.
Aqua Dom
(imagem extraída de Christian Heindel em Flickr)
O Aqua Dom faz parte do Sea Life Center. Ele fica no hall do Hotel Radisson Blu, em Berlim, na Alemanha. Trata-se do maior aquário vertical do mundo. Ele tem vinte e cinco metros de altura e onze de diâmetro. Em seu interior acende um elevador panorâmico, feito em vidro sintético, possibilitando aos passageiros uma experiência visual incrível.
Esse elevador é considerado uma grande inovação para a engenharia e a arquitetura. Seu projeto foi idealizado por Sergei Tchoban. É como entrar em um mundo subaquático. São cerca de cinquenta e seis espécies, entre peixes de água doce e salgada, tubarões, raias e cavalos-marinhos. Todos esses belíssimos animais vivem entre corais, em um cilindro com um milhão de litros de água.
Milliennium Link, o elevador rotativo para barcos
(imagens extraídas de Grograph)
(imagem extraída de Wikipedia)
O Milliennium Link, também conhecido de Falkirk ou Falkirk Wheel, é um tipo de elevador rotativo para barcos – com dimensões de até quatro por vinte metros de comprimento. Ele foi construído com objetivo de restaurar a navegação na Escócia, ligando os canais Forth & Clyde e o Union – um corredor econômico importante para o país, com diferença de vinte e quatro metros de altura. Seu projeto foi elaborado através do auxílio de mais de vinte arquitetos, todos liderados por Tony Kettle. A inspiração visual partiu de diferentes objetos da cultura celta, assim como da vida marinha local.
O elevador tem aproximadamente noventa metros de comprimento. O diâmetro de cada roda é de trinta e cinco metros. Para girar as embarcações em cento e oitenta graus, a estrutura conta com dois braços de quinze metros, com valas artificiais preenchidas com até duzentos e cinquenta mil litros de água. Quando um tanque desce o outro sobe, simultaneamente. Assim é permitida a passagem entre os dois canais, reduzindo o gasto energético e causando menos impacto ao meio ambiente.
Sky View, o elevador que parece uma roda gigante
(imagens extraídas de Leo-setä em Flickr)
(imagem extraída de Wikipedia)
O Sky View é um sistema de elevador instalado no topo do maior edifício esférico do mundo, o Ericsson Globe Arena – uma arena esportiva onde também são realizados shows musicais. Esse é um marco de Estocolmo e atração de classe mundial na Suécia. Seu modelo, de duas gôndolas, passeia pela cobertura como se fosse uma roda gigante. Chega-se a uma altura de cento e trinta metros acima do mar, tendo uma vista excepcional da cidade toda.
Para que a estrutura do Globe Arena suportasse o elevador, o telhado foi reforçado com toneladas e mais toneladas de elementos em aço de alta precisão. As pequenas esferas em vidro – feitas por um fabricante de teleféricos em Östersund, no condado de Jämtland – percorrem o trajeto sobre trilhos. Cada uma pesa sete toneladas e pode transportar vinte e uma pessoas, cinco delas sentadas. Não há registro de qualquer modelo similar, assim, em outro lugar.
Luxor Inclinator Elevator
(imagem extraída de Wikimedia)
O Luxor Las Vegas é um hotel de trinta andares em forma de pirâmide. Ele possui um incrível sistema de elevadores inclinados, num ângulo de trinta e nove graus. Os módulos acompanham as paredes internas, transportando os hóspedes por todos os seus níveis diagonalmente, dentro das vigas nos cantos do edifício. Num primeiro momento, a sensação é que os passageiros cairão deitados, mas é totalmente o contrário. Internamente, o Inclinator Elevator é como um elevador comum. Não há nada de especial, como janelas de observação. Foi somente a única solução prática e confortável encontrada por seus projetistas de transportar os passageiros e alcançar as alturas.
Vertical Walking e Vycle
Tanto o Vertical Walking quanto o Vycle são modelos experimentais de elevadores que não exigem energia elétrica para o movimento e sim a tração humana. Ou seja, eles exploram o potencial dos corpos para o movimento vertical da peça. Pensando nos problemas oriundos do desenvolvimento urbano contemporâneo, esses sistemas de transporte personalizados estimulam a prática de exercícios físicos, enquanto se percorre diferentes andares. A maior desvantagem, em relação aos elevadores convencionais, é não poder levar mais de um passageiro por vez, o que resultaria numa maior ocupação de área útil do prédio.
(imagem extraída de Archdaily e Fastco Design)
O Vertical Walking foi projetado pelo laboratório Rombaut Frieling, da Holanda. Ele utiliza sistemas de trilhos verticais, roldanas tensionadas, molas, cabos elásticos e outros elementos para mover verticalmente o usuário com o menor esforço possível. A pessoa deve sentar-se em um assento e usar os braços para puxar a parte superior do corpo e as pernas para empurrá-la. Já o Vycle, projetado pela arquiteta Elena Larriba, é um modelo com uma estrutura metálica que em muito lembra uma bicicleta. Seu sistema é composto de colunas e pedais, que quando movidos para frente faz o elevador subir e quando movidos para baixo faz o elevador descer.