Campinas terá o maior BRT em pavimento de concreto
A cidade de Campinas-SP deu início em maio de 2017 àquele que é, hoje, o maior projeto de BRT (Bus Rapid Transit) no Brasil sobre pavimento de concreto. Serão 36,6 quilômetros, que se estenderão por três corredores, cruzando a segunda maior metrópole do estado de São Paulo. Com recursos que virão dos governos federal, estadual e municipal, o BRT Campineiro custará R$ 451,5 milhões e terá pavimentação rígida ao longo de toda a sua extensão. Os canteiros já começaram a ser instalados, para que as obras sejam iniciadas efetivamente em agosto.
Canteiro de obras do BRT de Campinas começa a receber o maquinário
Para treinar as equipes da EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S.A.), que é a responsável pelas obras do BRT, a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) promoveu em junho uma palestra-aula sobre procedimentos no projeto e na execução de pavimento de concreto. O evento teve a participação dos engenheiros civis diretamente envolvidos com a obra, que ouviram as orientações de Marcos Dutra de Carvalho, coordenador do Núcleo de Pavimentação da ABCP, e Ricardo Moschetti, gerente-regional da ABCP em São Paulo.
O volume previsto de concreto simples para pavimentar os três corredores do BRT de Campinas é de 77.242 m3. O maior corredor, chamado de Campo Grande, terá 17,9 quilômetros de extensão. Em seguida vem o Ouro Verde, com 14,6 quilômetros, e o Perimetral, com 4,1 quilômetros. Os estudos geotécnicos do terreno vão definir se a concretagem será feita com pavimentadoras ou vibroacabadoras de fôrmas deslizantes. “A ABCP dará apoio técnico à prefeitura de Campinas até o fim da obra”, diz Marcos Dutra de Carvalho.
Vantagens da tecnologia
Para convencer os projetistas de que o pavimento de concreto era a melhor solução para o BRT Campineiro, a ABCP enumerou as conhecidas vantagens da tecnologia: grande durabilidade, baixo custo de manutenção, imunidade a deformações plásticas. Juntam-se a esses benefícios, o fato de a operacionalidade do sistema de transporte público se tornar mais barato. “Como é um pavimento que não exige manutenção constante, como o asfalto, os ônibus circulam sem interrupção pelos corredores, sem prejudicar o trânsito de veículos”, diz Marcos Dutra.
BRT de Brasília tem 36,2 quilômetros de pavimento de concreto: 400 metros menor que o BRT de Campinas
O pavimento de concreto também ajuda a reduzir o custo com combustíveis e de consumo de pneus, já que o gripping do piso permite uma frenagem mais uniforme. O especialista da ABCP destaca ainda outras vantagens da tecnologia. “O pavimento de concreto oferece maior visibilidade noturna, mesmo sob chuva, por causa do elevado índice de reflectância de sua superfície clara. Além disso, gera menor emissão de gases causadores do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). Trata-se de uma alternativa ambientalmente sustentável”, afirma.
Desde 2012, por causa dos projetos de mobilidade urbana que gravitaram em torno do evento Copa do Mundo 2014, vários planos de BRT surgiram Brasil afora. Alguns foram viabilizados integralmente, outros parcialmente e uns sequer saíram do papel. Foram concluídos os BRTs do Rio de Janeiro e de Brasília. Ficaram pela metade os BRTs de Recife e Belém e não foram executados os BRTs de Niterói e de Florianópolis. Em termos de percurso, os corredores de Brasília e do Rio têm 36,2 quilômetros e 39 quilômetros, respectivamente, mas o BRT fluminense não é 100% com pavimento em concreto.
Pavimentação pode usar vibroacabadoras de fôrmas deslizantes
Entrevistados
– Engenheiro civil Marcos Dutra de Carvalho, coordenador do Núcleo de Pavimentação da ABCP (associação Brasileira de Cimento Portland)
– EMDEC (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas S/A) (via assessoria de imprensa)
Contato
cursos@abcp.org.br
faleconosco@emdec.com.br
Crédito Fotos: EMBEC, PAC, Divulgação.
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330