Comércio de material de construção espera crescer 8,5%
Organismos com representatividade na cadeia da construção civil são unânimes: haverá crescimento do setor em 2019. Crédito: Aaron Guides
Pesquisa da ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) realizada no fim de 2018, revela que 87% dos varejistas do setor estão otimistas em relação a 2019. Isso faz a associação projetar crescimento de 8,5% para este ano – maior que os 6,5% do ano passado, quando o varejo da construção civil movimentou 112 bilhões de reais. Para Cláudio Elias Conz, presidente da ANAMACO, mesmo que o governo não priorize o setor de habitação, mas invista em saúde, segurança pública e educação, estará influenciando positivamente no setor de materiais de construção. “Obras para escolas, hospitais e presídios também movimentam o comércio de materiais de construção”, resume.
O otimismo da ANAMACO se propaga por outros segmentos da cadeia produtiva da construção civil. Mesmo projetando percentuais menores, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) prevê avanço de 2% no faturamento do setor em 2019. O presidente do organismo, Rodrigo Navarro, explica que esse número pode ser revisado em função de variáveis políticas e econômicas. “O resultado está sujeito a uma série de fatores, como a aprovação da reforma da Previdência, expansão de programas habitacionais e retomada de obras paradas de infraestrutura. O novo governo sabe que um caminho rápido para gerar emprego, renda e movimentar a economia é retomar essas obras”, diz.
Setor de cimento também projeta crescer, após quatro anos consecutivos de retração
A expectativa do empresariado da indústria de materiais de construção se traduz em números. De acordo com a ABRAMAT, 56% das associadas estão confiantes com as medidas econômicas que virão a ser tomadas ao longo de 2019. Por isso, 64% das indústrias de materiais pretendem investir nos próximos 12 meses. Outro dado positivo é a expectativa positiva sobre as vendas de fevereiro. Para 44% das empresas, o desempenho deste mês deve ser “bom ou muito bom”, enquanto que para 54% o período será “regular”. Nenhuma associada declarou prever um mês de fevereiro “ruim ou muito ruim”. “Notamos a continuidade de um otimismo dos últimos meses, algo que não era observado nas lideranças do setor desde 2012”, avalia Rodrigo Navarro.
Quem também projeta crescimento, depois de quatro anos consecutivos colhendo resultados negativos, é o setor de cimento. O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) projeta aumento próximo a 3% nas vendas do material em 2019. “A indústria cimenteira do Brasil tem capacidade de produção de cerca de 100 milhões de toneladas por ano, mas está utilizando 52% de seu potencial”, cita o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna. No ano passado, houve retração de 1,2% nas vendas em comparação a 2017. Se as projeções para 2019 se confirmarem, o volume negociado ao final do ano deve ultrapassar os 54 milhões de toneladas. O auge de consumo de cimento no Brasil aconteceu em 2013, quando foram vendidas 70 milhões e 974 mil toneladas no ano.
Entrevistado
Reportagem com base em pesquisas e projeções da ANAMACO, da ABRAMAT e do SNIC
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