Rio será a capital mundial da arquitetura em 2020
Entre 19 e 26 de julho de 2020, a cidade do Rio de Janeiro será sede da 27ª edição do Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos (UIA). O evento acontecerá no edifício Palácio Gustavo Capanema, recentemente restaurado, e tende a atrair cerca de 20 mil profissionais de todo o mundo, em parceria com a UNESCO. Por isso, o organismo mundial voltado para educação, ciência e cultura decidiu nomear o Rio a capital mundial da arquitetura em 2020. É a primeira vez que uma cidade receberá esse título.
A escolha se deve também ao fato do Rio de Janeiro ser um mosaico de tendências arquitetônicas. Fundada no século XVI, a cidade vai desde os Arcos da Lapa (construídos no período colonial), passando pelo Cristo Redentor (do início do século XX) e culminando com o Museu do Amanhã (inaugurado em 2015). “A iniciativa de passar a nomear uma capital mundial da arquitetura a cada congresso da UIA mostra o compromisso da UNESCO de preservar o patrimônio arquitetônico no contexto urbano”, diz Ernesto Ottone R., diretor-geral adjunto para a cultura da UNESCO.
No Congresso Mundial da UIA, que acontece a cada 3 anos, o tema central será a construção sustentável e as cidades inteligentes. Serão discutidos temas como planejamento urbano, cultura, mobilidade, obras públicas e construção de cidades inclusivas. “A cidade é também uma referência de desafios contemporâneos para os arquitetos e de experiências positivas no campo do urbanismo. O Rio sintetiza essas características encontradas em cidades de diversos países do mundo”, afirma o presidente do Instituto de Arquitetos Brasileiros, Nivaldo Vieira de Andrade Júnior.
Para o presidente do comitê-executivo do Congresso Mundial de Arquitetos UIA2020Rio, Sérgio Magalhães, o evento será muito importante para a recuperação da imagem do Rio de Janeiro no cenário mundial. “A escolha do Rio como capital mundial da arquitetura e a realização do Congresso Mundial de Arquitetos na cidade formam um binômio de extrema importância para o Rio e para a cultura arquitetônica brasileira. Especialmente por proporcionar um diálogo com a sociedade e um novo tempo para o enfrentamento dos desafios da cidade”, avalia.
Escolha é oportunidade de reflexão sobre o seu futuro urbanístico do Rio de Janeiro
Além de um reconhecimento ao passado arquitetônico, histórico e cultural da cidade, o título é, acima de tudo, uma grande oportunidade de reflexão sobre o futuro urbanístico do Rio, como define o presidente da UIA, Thomas Vonier. “Que melhor cidade do que o Rio para destacar os desafios que enfrentamos em nossa sociedade e em nossas cidades, com uma população crescente, jovem, que tem muitas necessidades, e com muita gente vivendo em condições difíceis? A arquitetura e o design urbano podem atender a esses desafios ao mesmo tempo em que protegem o maravilhoso legado e o meio ambiente?”, questiona.
A restauração do edifício Palácio Gustavo Capanema é uma prova de que a cidade do Rio de Janeiro tem condições de responder aos desafios. O prédio, que em sua fase de construção reuniu nomes como Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de Vasconcelos, Jorge Machado Moreira, Le Corbusier, Burle Marx, Cândido Portinari, Bruno Giorgi, Adriana Janacópulus, Celso Antônio e Jacques Lipchitz, foi recuperado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com intervenções em sua fachada, na impermeabilização de sua cobertura e na recuperação do piso de pedra, do mobiliário dos auditórios e dos painéis de azulejo. Antes da transferência da capital federal para Brasília, a edificação abrigou a sede do ministério da Educação e Saúde Pública, criado por Getúlio Vargas.
Entrevistados
União Internacional de Arquitetos (UIA) (via assessoria de imprensa)
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)(via assessoria de imprensa)
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (via assessoria de imprensa)
Contatos
uia@uia-architectes.org
comunicacao@iphan.gov.br
gcomunicacao@unesco.org.br