Brasil segue no top 5 da construção sustentável mundial
Construções sustentáveis enfrentaram a crise e redefiniram o mercado imobiliário no Brasil. Crédito: GBCI
De acordo com o ranking anual dos países com maior área certificada LEED, o Brasil se manteve em 2018 no top 5 dos países com o maior volume de construções sustentáveis do mundo. A lista abrange os mercados reconhecidos pela Green Business Certification Inc. (GBCI), criadora do selo LEED há 25 anos. A certificação busca criar espaços mais saudáveis ??para as pessoas, além de priorizar a economia de energia e de água, a redução na emissão de carbono e, consequentemente, economizar recursos financeiros para famílias e empresas.
Com 531 certificações LEED até o final de 2018, o Brasil está atrás dos Estados Unidos, que lideram com 33.632 construções sustentáveis, seguido de China, Canadá e Índia. Por causa da disparidade para os demais países, os EUA são mantidos como “hors concours” da lista. O país é o berço da LEED e os conceitos da certificação já foram incorporados por inúmeras políticas públicas. “As nações que integram o ranking representam uma comunidade global comprometida em melhorar a qualidade de vida”, resume Mahesh Ramanujam, presidente e CEO do USGBC e da GBCI.
Além de Estados Unidos, China, Canadá, Índia e Brasil, o top 10 da certificação LEED ainda conta com Coreia do Sul, Turquia, Alemanha, México e Espanha. Para o CEO da Green Building Council Brasil, e presidente do Comitê Regional das Américas pelo World Green Building Council, Felipe Faria, a posição consolidada pelo Brasil no ranking mundial mostra o quanto os prédios verdes se tornaram a melhor opção para o mercado imobiliário nacional. “Mesmo enfrentando um período longo de desafios políticos e econômicos, e que afetaram a construção civil, essa posição é mais que uma vitória para o movimento de construções sustentáveis”, relata.
Recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) confirma que as construções verdes são as melhores opções ao mercado imobiliário. Os dados da pesquisa mostram que o reconhecimento de uma construção comercial como sustentável promove valorização que varia de 4% a 8% por m2. “Através das certificações, conseguimos contribuir para a inovação tecnológica da construção civil, além de conciliar o desenvolvimento com aspectos ambientais, interesses coletivos e melhor experiência de conforto das pessoas”, afirma Felipe Faria.
Na comparação com 2018, a construção sustentável deve crescer 40% no país em 2019
Atualmente, a certificação LEED se expandiu para outros níveis, que não medem apenas a sustentabilidade de edifícios, mas também de bairros e de cidades. Trata-se da LEED v4.1, que abrange construções que passaram por retrofit (LEED v4.1 O + M), novas construções (LEED v4.1 BD + C) e interiores (LEED v4 .1 ID + C). O LEED v4.1 enfatiza a saúde humana e adota métricas de desempenho mais eficazes para monitorar as construções ao longo de sua vida útil. No Brasil, já existem 22 registros de pedidos de certificação na categoria LEED ID+C, que engloba projetos internos em escritórios comerciais, lojas de varejo e estabelecimentos de hospedagem, como hotéis, motéis, pousadas e outros estabelecimentos que forneçam alojamento. Quanto ao LEED O+M, existem 39 pedidos de registros. Para 2019, a Green Building Council Brasil estima crescimento de 40% nas construções sustentáveis, comparado ao ano anterior.