Passarela de aço desenvolvida por estudantes da UFLA vence concurso e deverá ter modelo executado pelo DNIT
Projeto da passarela modular
Estudantes do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Lavras (UFLA) venceram a 1º edição do concurso realizado pelo Centro Brasileiro da Construção de Aço (CBCA), com apoio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com o tema “Passarelas Modulares sobre Rodovias do DNIT”. O modelo da passarela desenvolvido pelos estudantes Bruno Marani, Guilherme Silveira, Jéssica Soares e João Victor Pereira destacou-se em praticidade, agilidade na montagem e acessibilidade. O projeto vencedor poderá ser executado pelo DNIT, tornando-se realidade a construção da passarela projetada, a quem serão atribuídos os respectivos créditos e direitos autorais morais.
O resultado foi divulgado pelo CBCA em 19 de abril.
Com 71 equipes de 50 universidades inscritas, o concurso teve representantes de 18 estados brasileiros. A equipe da UFLA ficou em 1º lugar e recebeu o valor de R$ 8 mil (R$ 6.500 para os alunos e R$ 1.500 para os professores), além de diversos manuais sobre construção em aço do CBCA, três anos de assinatura da revista Arquitetura & Aço, vouchers gratuitos para cursos online oferecidos pela entidade e isenção do pagamento da taxa de inscrição do 8º Congresso Latino-Americano da Construção Metálica (Construmetal 2019).
Equipe vencedora do concurso CBCA
O grupo foi orientado pelos professores Maykmiller Carvalho Rodrigues e Diogo Tubertini Maciel, que chamam a atenção pela seriedade com que os alunos executaram a proposta do projeto e destacam que a ideia de participar do concurso partiu dos mesmos. “Não fomos nós que realizamos o projeto. Nós demos as diretrizes, mas o mérito é dos estudantes, pois desenvolveram um produto para o mercado. Pensaram nos cálculos e na parte ergonômica para acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência ou carrinhos de bebês, sem que seja preciso fazer adaptações. O produto está pronto para ser executado”, explica o professor Diogo.
A Comissão Julgadora foi composta por profissionais da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), da Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE), da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) e do Instituto de Engenharia, além de colaboradores do próprio CBCA. A premiação dos estudantes será feita no XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas (CBPE), evento que será realizado nos dias 16 e 17/05, em São Paulo.
Projeto inovador
Normalmente, as passarelas são construídas em concreto rústico e não dispõem de corrimão adequado ao uso por idosos e pessoas com deficiência. A passarela desenvolvida pelos estudantes perpassou todos os problemas atuais das estruturas brasileiras e apresentou iluminação, pisos táteis, rampa para possibilitar a passagem de cadeirantes e uma redução do número de degraus. O material utilizado (o aço) é reciclável e fácil de ser encontrado no mercado na maior parte do Brasil.
Estudantes do curso de Engenharia Civil que participaram do concurso.
Além desses pontos, o projeto apresentou uma padronização para as passarelas e todos os passos para que a execução seja realizada, podendo ser utilizado em vários lugares do país ou do mundo.
“Entregar o projeto de uma maneira que possa ser executado, apresentar detalhes possíveis para execução, do que foi solicitado pelo edital, e até de como colocar a grande na passarela, faz com que o projeto seja executável e com um nível profissional altíssimo”, destaca o professor Maykmiller.
Os estudantes vencedores do concurso fazem parte do Núcleo de Estudos em Estruturas (NEEST) e chamam atenção para o crescimento profissional que tiveram diante do comprometimento em não apresentarem apenas um projeto para o concurso, mas com intuito de satisfazer a necessidade de um cliente. “Tivemos um amadurecimento profissional. Quando nós vamos para a prática é muito diferente da teoria, nós agimos como se estivéssemos trabalhando em um escritório”, ressalta o estudante João Victor. Para Jessica, é importante destacar o trabalho em equipe como essencial para o desenvolvimento do projeto.