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Grupo acadêmico lança foguetes para pesquisa no interior do Estado

Por Felipe Gurgel - Diário do Nordeste - 31 de maio de 2019 1006 Visualizações
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O último lançamento de foguetes ocorreu dia 18 deste mês, em Pentecoste (CE)
Fotos: André Albuquerque
 
Pesquisadores ligados ao Grupo de Desenvolvimento Aeroespacial (GDAe) da Universidade Federal do Ceará (UFC) promovem uma série de lançamentos de foguetes no Estado este ano. No último dia 18 de maio, na Fazenda Experimental Vale do Curu, em Pentecoste (CE), o grupo lançou o foguete Thunder 8 - Meteora Rocket. O teste alcançou a altura de 216 metros. 

A ação é uma prévia para o lançamento do foguete Hermes, em dezembro de 2019, em Parnamirim (RN). A meta do grupo é disparar o projétil entre três e cinco quilômetros de altura. A série ocorre para fins de pesquisa espacial, desenvolvimento tecnológico e formação na área de Engenharia Mecânica. O próximo lançamento está previsto para acontecer no mês de julho.    

O GDAe é um projeto de extensão do Departamento de Engenharia Mecânica da UFC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a empresa Meteora Aceleradora. Para além da seara científica, a série de lançamentos ainda é um evento peculiar no Brasil. O professor Claus Wehmann, titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UFC, observa que algumas medidas de segurança devem ser observadas para a realização dos testes.

A primeira preocupação é com o vôo do foguete. Ele vai sair do chão, atingir certa altura e depois retorna. Precisamos garantir que, em nenhum momento, ele possa causar danos materiais ou às pessoas. Por isso, procuramos um local afastado e isolado, explica Wehmann.

Até a fase atual do projeto, os foguetes utilizados alcançam uma altura máxima de 500 metros. Para além desse patamar, o grupo precisa se preocupar com rotas aéreas e realizar os lançamentos em locais próximos de desertos ou do mar. Geralmente, cada foguete é lançado na direção do oceano. 

Metas

Embora os eventos de lançamento dos foguetes sejam acadêmicos, com objetivos técnicos e específicos, Claus Wehmann esclarece que as metas do projeto visam o público em geral. 

A primeira meta, reforça o professor, passa por desenvolver a tecnologia de acesso ao espaço, no Ceará. Em paralelo, o projeto é multidisciplinar e envolve alunos dos diversos cursos de Engenharia da UFC. A série de lançamentos envolve profissionais técnicos, o que estimula o contato do aluno com o mercado tecnológico.

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Outra meta é o desenvolvimento do mercado espacial. Neste sentido, há cooperação com a Meteora. Buscamos encontrar o caminho para demonstrar que o investimento, público ou privado, no desenvolvimento da área espacial, pode ser lucrativo e representar um avanço na economia, observa Wehmann. 

Por fim, o professor lembra que a série de lançamentos endossa a importância da área. Para desenvolver tecnologias de comunicação como o GPS e a internet global, detalha ele, a sociedade precisou investir na área espacial. 

Inovação

Segundo o empresário Marcello Reis, sócio da Meteora Aceleradora, parceira do projeto de extensão, a iniciativa é referência de inovação na área tecnológica. 

Em termos de engenharia, ele explica que, envolvendo os alunos da UFC e do Senai, a gente estuda elementos de propulsão e aerodinâmica de novos materiais. Esses ítens são estudados visando experimentos maiores, lançamentos mais elevados, e o comportamento de cargas ao longo dessa experiência, especifica.