A escassez de profissionais de engenharia no Brasil é histórica, uma defasagem que ocorre em vários países. Segundo dados do conselho federal da categoria, o Confea, entre 2015 e 2019 o número de registros de engenheiros diplomados no País recuou 9%. No entanto, o mais recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostra que o maior descompasso hoje está associado à qualificação. Especialistas apontam entre as dificuldades a ausência de competências como capacidade de gestão e de inovação e até mesmo habilidades comportamentais.
Na Universidade da Região de Joinville (Univille), essas e outras questões são solucionadas durante a formação acadêmica, focada no desenvolvimento de habilidades múltiplas como raciocínio lógico, criatividade, capacidade de analisar e resolver problemas. Novos avanços foram planejados com a recente incorporação de uma série de inovações pedagógicas e curriculares em novos cursos lançados, três deles na área de engenharia - Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica e Engenharia de Materiais.
As inovações contemplam desde núcleos comuns e disciplinas compartilhadas, matriz curricular semestral, metodologias de ensino e aprendizagem diversificadas até inclusão da extensão universitária na grade curricular. A partir de 2021, as novidades começam a ser implementadas também em cursos de graduação já oferecidos. Já foram aprovados projetos de reestruturação ou alteração curricular de 23 deles pelos conselhos superiores da Instituição.
Campos de atuação
As inúmeras possibilidades de atuação caracterizam as profissões dos campos das engenharias e a tendência é ampliar com o avanço tecnológico, indicam os professores responsáveis pelo projeto dos três cursos novos da área na Univille.
A Engenharia de Controle e Automação, por exemplo, está presente nos mais diversos segmentos: nas linhas de produção, em equipamentos, máquinas, equipamentos médicos, transportes, automação e controle dos processos industriais e até mesmo navegação, astronomia, entretenimento, entre muitas outras. “A área de atuação desse profissional é muito ampla e tende a crescer ainda mais com a evolução da automação industrial e das tecnologias de informação e comunicação. A demanda por energia, por sistemas de comunicação e sistemas computacionais seguros e rápidos favorece a colocação do profissional no mercado”, destaca o professor da Univille Paulo Marcondes Bousfield, mestre em Engenharia de Processos e Coordenador de Ensino - Área de Ciências Exatas, Engenharias, Arquitetura, Design e Fotografia.
A Engenharia Elétrica, além da atividade mais comumente associada a concessionárias de produção, armazenamento e distribuição de energia, também está presente nas empresas de automação. “É uma das áreas da engenharia mais disputadas, principalmente depois dos avanços na área de eletroeletrônica”, constata o professor.
Na Univille, o recém-criado curso de Engenharia de Materiais tem foco na formação de profissionais na área de pesquisa, desenvolvimento e produção de materiais inovadores para aplicação industrial, em especial os setores metalmecânico, automobilístico, aeronáutico, médico, de serviços e áreas correlatas. O egresso desse curso poderá atuar desde os processos de extração de matérias-primas; indústria de transformação; prestação de serviços; assistência e consultoria; instituições de ensino, de fomento, de pesquisa e de desenvolvimento científico e tecnológico, tanto para materiais metálicos quanto poliméricos e cerâmicos.