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Maior museu de arte contemporânea da África abre as portas em Cape Town

Portal Brasil Engenharia - 29 de setembro de 2017 1478 Visualizações
Maior museu de arte contemporânea da África abre as portas em Cape Town
A área do museu, que tem 9.500 metros quadrados espalhados por nove andares, foi literalmente esculpida a partir da monumental estrutura do complexo de silos de Cape Town, que data de 1921. A construção histórica, que foi um dia o prédio mais alto da África do Sul, não era utilizada desde 1990, e ganha agora nova vida graças à transformação.
De todo a área desenvolvida, 6.000 metros quadrados são de espaço expositivo, dividido em 100 galerias, um jardim de esculturas na cobertura, áreas de armazenamento e conservação de última geração, uma livraria, um restaurante e um bar, além de várias salas de leitura. O museu também abrigará centros de moda, fotografia, curadoria, práticas performáticas, educação artística e um espaço dedicado a Moving Image (imagens em movimento).
O desenvolvimento de 500 milhões de rands (aproximadamente 120 milhões de reais) foi anunciado em novembro de 2013, e tomou vida graças a uma parceria entre o V&A Waterfront e o empresário e colecionador de arte alemão Jochen Zeitz, antigo CEO da Puma. Zeitz é Co-Presidente do Zeitz MOCAA, e sua coleção particular formará o acervo principal do museu através de um empréstimo a longo prazo. “Eu construí minha coleção com um museu africano sempre em mente – o fato de que agora esses trabalhos estarão acessíveis a todos é algo muito emocionante para mim e, no final das contas, dá à arte seu verdadeiro propósito”.
África por africanos
No papel de curador-chefe e diretor executivo do museu está o sul-africano Mark Coetzee, que também teve papel importante na construção da coleção particular de Jochen Zeitz. “Por muito tempo, a narrativa da África vem sendo definida por pessoas de outros lugares. Essa é a nossa tentativa de reivindicá-la”, diz.
As exposições de abertura utilizarão todas as 100 galerias do museu e exibirão tanto trabalhos da Zeitz Collection, coleção privada de Jochen Zeitz, quanto da Zeitz MOCAA Collection, coleção permanente que está sendo construída pelo museu.
Umas das exposições será Luanda, Encyclopedic City, do artista angolano Edson Chagas. A instalação é composta por imagens da sua série fotográfica Found Not Taken (2009-2013), que pauta o contexto urbano de Luanda e foi vencedora do Golden Lion Award da 55ª Bienal de Veneza, em 2013.
Também estará exposta a série Faces & Phases, da fotógrafa e ativista sul-africana Zanele Muholi, que chama atenção para causas LGBT. Seus retratos em preto e branco representam vidas que foram historicamente marginalizadas e que experimentaram coletivamente os horrores da homofobia e da violência. Ainda assim, elas se mantêm orgulhosas de quem são e clamam por seu direito de serem vistas.
Além desses dois exemplos, existe uma vasta seleção de outros trabalhos que poderão ser vistos por lá nesses primeiros meses de exposições.
Da preservação da arquitetura de um prédio histórico ao desenvolvimento de uma instituição cultural sem fins lucrativos que preserve, desenvolva e estimule a criatividade, o Zeitz MOCAA é um marco cultural muito importante que vai contribuir para uma maior e mais forte apreciação da herança sul-africana.
“Em sua essência, o Zeitz MOCAA está focado na promessa de criar um museu que mostra o melhor dos talentos criativos africanos, com acesso garantido a todos. Com sua abertura, estamos vendo nossa visão de um museu de arte contemporânea acessível se concretizar”, diz David Green, CEO do V&A Waterfront e Co-Presidente do conselho de curadores do Zeitz MOCAA.