Quem faz engenharia tem emprego garantido?
A vida é formada de incertezas. E isso faz sentido em todas as áreas da nossa vida, inclusive a profissional. Qualquer que seja a sua área de formação (mesmo aquelas mais cogitadas como a medicina e a engenharia), nada está garantido. A certeza de ter um emprego após formatura depende de uma série de fatores (alguns, por sinal, que fogem do nosso controle, como é o caso da economia).
Eu e tantos outros milhares de brasileiros nos formamos em engenharia em um cenário econômico não muito animador. Vivemos uma crise econômica e política forte, que acabou por interferir nas oportunidades daqueles que se tornaram engenheiros recentemente.
Questão de tempo?
Entramos na universidade com a certeza de que, assim que nos formássemos, teríamos emprego, mas não foi bem assim que aconteceu. Em questão de poucos anos, o jogo virou. A avalanche de oportunidades que víamos (e prevíamos) em 2011, não foi vislumbrada de 2014 em diante.
Hoje, nos deparamos com muitos recém formados em engenharia que estão desempregados, o que nos prova que, de fato, nada está garantido. Mas há também muito recém-formados que já conseguiram emprego, como foi o meu caso. O que tenho percebido é que o cenário econômico não está muito animador e algumas pessoas estão deixando o diploma na gaveta, mas tenho visto que é questão de tempo.
Alguns estão conseguindo emprego logo, outros já estão demorando um pouco mais. Mas, mais cedo ou mais tarde, o diploma tem saído da gaveta. Talvez, com o fluxo de informações tão rápido e tudo acontecendo com um simples toque no celular, nossa geração não esperava que, ao se formar, teria que esperar algum tempo (nossa mente já foi condicionada a tudo acontecer com um simples clique).
Engenharia é uma área abrangente
Alguns recém-formados estão conseguindo atuar na engenharia como sonharam. Outros descobriram novos caminhos nos ambientes corporativo e empreendedor. E, nesse ponto, tivemos sorte ao cursar engenharia. Algumas oportunidades deixaram de existir diante do cenário de crise, mas o leque de possibilidades para quem se torna engenheiro ainda continua amplo, no sentido de que a profissão não limita, mas abrange muitas áreas de atuação.
Me formei em Engenharia Química em janeiro deste ano (2017) e atualmente estou engenheira de produção em uma indústria, mas poderia ter feito um caminho menos tradicional (como muitos colegas fizeram) e partir para áreas diversas como vendas, gestão de pessoas e consultoria. A engenharia permite isso. Então, em um cenário diferente do que prevíamos no passado, ter feito uma graduação ampla (como é o caso da engenharia química, por exemplo), permitiu a mim e tantos outros colegas a terem empregos mesmo em um cenário mais difícil.
Enfim, quem faz engenharia não necessariamente tem emprego garantido. O melhor mesmo a se fazer é tentar uma graduação que faça sentido para você e que você curta trabalhar na área, independente de certezas. Afinal de contas, na vida, elas não existem.